Fazenda nega boato de confisco de poupança

Ministério da Fazenda manifestou-se sobre boatos de possível medida semelhante ao Plano Collor, de 1990

Após uma série de boatos que circularam nos últimos dias nas principais redes sociais utilizadas pelos brasileiros, sobre um possível confisco da poupança, a exemplo do que ocorreu na gestão do ex-presidente Fernando Collor de Mello, o Ministério da Fazenda divulgou ontem (13) um comunicado oficial desmentindo tais informações.

Segundo o comunicado, "não procedem as informações que estariam circulando pela mídia social de que haveria risco de confisco da poupança ou de outras aplicações financeiras".

Além disso, diz a nota, "tais informações são totalmente desprovidas de fundamento, não se conformando com a política econômica de transparência e a valorização do aumento da taxa de poupança de nossa sociedade, promovida pelo governo, através do Ministério da Fazenda".

Polícia Federal investigará

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, aliás, determinou ontem à Polícia Federal a apuração sobre a origem dos boatos. A Caixa Econômica Federal havia pedido auxílio à PF. Representantes da área jurídica do banco tratam do caso com os policiais federais. Os boatos surgiram há alguns dias pela serviço de mensagens WhatsApp no momento em que a presidente Dilma Rousseff começa a sofrer resistências mais fortes às medidas de ajuste das contas públicas, que estão impondo aumento de impostos, tarifaço de energia elétrica e regras restritivas ao acesso dos trabalhadores a benefícios sociais e trabalhistas.

Fontes da área econômica informaram que a Caixa não identificou nenhum movimento atípico de saque na poupança, além do que era esperado para o período de véspera do feriado. A decisão no governo foi a de concentrar no Ministério da Fazenda a estratégia de evitar que as especulações se espalhassem.

Relembre o Plano Collor

Considerado uma das marcas mais traumáticas na economia brasileira, o Plano Collor foi uma experiência inédita no País e desencadeou consequências que perduram até os dias atuais. No dia 16 de março de 1990, o então presidente Fernando Collor de Melo e sua ministra da Fazenda, Zélia Cardoso de Mello, anunciaram, por meio de uma Medida Provisória, que iriam bloquear a poupança e todas as aplicações financeiras acima de NCZ$ 50 mil (cruzados novos). Na época, o governo justificou a ação afirmando que a mesma acabaria com a inflação do Brasil, que estava na casa dos 2.000% ao ano.

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