Após uma série de boatos que circularam nos últimos dias nas principais redes sociais utilizadas pelos brasileiros, sobre um possível confisco da poupança, a exemplo do que ocorreu na gestão do ex-presidente Fernando Collor de Mello, o Ministério da Fazenda divulgou ontem (13) um comunicado oficial desmentindo tais informações.
Segundo o comunicado, "não procedem as informações que estariam circulando pela mídia social de que haveria risco de confisco da poupança ou de outras aplicações financeiras".
Além disso, diz a nota, "tais informações são totalmente desprovidas de fundamento, não se conformando com a política econômica de transparência e a valorização do aumento da taxa de poupança de nossa sociedade, promovida pelo governo, através do Ministério da Fazenda".
Polícia Federal investigará
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, aliás, determinou ontem à Polícia Federal a apuração sobre a origem dos boatos. A Caixa Econômica Federal havia pedido auxílio à PF. Representantes da área jurídica do banco tratam do caso com os policiais federais. Os boatos surgiram há alguns dias pela serviço de mensagens WhatsApp no momento em que a presidente Dilma Rousseff começa a sofrer resistências mais fortes às medidas de ajuste das contas públicas, que estão impondo aumento de impostos, tarifaço de energia elétrica e regras restritivas ao acesso dos trabalhadores a benefícios sociais e trabalhistas.
Fontes da área econômica informaram que a Caixa não identificou nenhum movimento atípico de saque na poupança, além do que era esperado para o período de véspera do feriado. A decisão no governo foi a de concentrar no Ministério da Fazenda a estratégia de evitar que as especulações se espalhassem.
Relembre o Plano Collor
Considerado uma das marcas mais traumáticas na economia brasileira, o Plano Collor foi uma experiência inédita no País e desencadeou consequências que perduram até os dias atuais. No dia 16 de março de 1990, o então presidente Fernando Collor de Melo e sua ministra da Fazenda, Zélia Cardoso de Mello, anunciaram, por meio de uma Medida Provisória, que iriam bloquear a poupança e todas as aplicações financeiras acima de NCZ$ 50 mil (cruzados novos). Na época, o governo justificou a ação afirmando que a mesma acabaria com a inflação do Brasil, que estava na casa dos 2.000% ao ano.