A exportação de rochas ornamentais saindo do Ceará bateu recorde neste ano, completando US$ 37 milhões no período entre janeiro e outubro de 2022, conforme dados do Sindicato da Indústria Mármores Granitos do Estado do Ceará (Simagran-CE). Mas, logisticamente falando, o Estado tem potencial de muito mais.
De acordo com o economista e gerente comercial da Tecer Terminais Portuários do Pecém, Carlos Alberto Alves, o porto tem capacidade de movimentar anualmente entre 400 e 600 mil toneladas de pedras ornamentais para outros países, até 10 vezes mais do que o que foi exportado em 2022.
A empresa de logística calcula que foram exportadas 56.840 toneladas neste ano e a previsão é que o número feche o ano em 60 mil. Para o Alves, a capacidade do porto hoje deve ser um incentivo para que mineradores inclusive de outros estados utilizem o canal para escoar a produção para outros países.
O Estado do Ceará, através do Porto do Pecém, está completamente preparado para a exportação de blocos de granito. Hoje a gente tem uma capacidade instalada muito acima do mercado. Isso incentiva aos mineradores aumentar a produção, o que está acontecendo ano a ano”
O economista esteve presente na última quarta-feira (9) na Fortaleza Brazil Stone Fair, evento organizado pelo Simagran-CE para o mercado de rochas ornamentais.
Potencial de crescimento
O presidente do Simagran-CE, Carlos Rubens Alencar, considera que a mineração tem um potencial de crescimento geométrico no estado, devido ao fato de a atividade ser de longo prazo
Quando se começa a exportar você pode dizer que tem pelo menos antes disso 5 anos de pesquisa. É um marco regulatório muito complexo, para você extrair existe um rígido controle ambiental e, para você extrair, é necessário que a área esteja bem pesquisada e o bem mineral bem caracterizado. Estamos chegando em um determinado patamar que a tendência de crescimento agora é mais rápida. Já temos aí de 8 a 10 anos de pesquisa, abrindo pedreiras”
Segundo ele, a capacidade logística do estado é satisfatória dado o atual estágio de produção. Ele afirma que hoje navios saem do Ceará para a Itália a cada 45 dias, com alguns carregamentos também para a China, mas o cenáro não era o mesmo há sete anos.
"Em 2015 nós não tínhamos frequência de navios no Ceará. Em função de um trabalho que fizemos, as exportações estão crescendo em progressão geométrica", comemora.
No caso das exportações para os Estados Unidos, o valor do frete tem sido um gargalo que prejudica a competitividade do produto cearense no mercado internacional.
“Mesmo tendo alguma frequência de navios hoje, os fretes estão gerando uma perda de competitividade muito grande para o produto brasileiro, sobretudo para os produtos que não agregam tanto valor, os granitos comuns, que o frete está mais caro que o produto”, diz.