Entenda quando vale a pena fazer um consórcio

Com planejamento financeiro, método de pagamento facilita aquisição de bens. Especialista explica vantagens

A compra de um carro novo, de uma casa ou de uma viagem é um sonho para muitos brasileiros. Muitas vezes, viabilizar a realização desses desejos é só uma questão de planejamento e da possiblidade de pagar em parcelas mais flexíveis. Neste sentido, muitos consumidores recorrem ao consórcio, uma modalidade de compra colaborativa, mediada por uma administradora encarregada de reunir pessoas com o mesmo objetivo.  

É possível fazer consórcios de veículos, imóveis, equipamentos agrícolas e de serviços, como cirurgia estética, reforma da casa e até festa de casamento, entre outros. Não é preciso dar entrada e as parcelas são definidas de acordo com a disponibilidade financeira do consorciado.  

Estudo realizado pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (ABAC), por meio da Kantar Divisão de Pesquisa de Mercado, Insights e Consultoria da WPP, mostrou que o valor da prestação foi o principal critério na hora de escolher o consórcio como modalidade de aquisição. “Parcelas que cabem no bolso” foi a opção mais respondida, tanto por consorciados, quanto por não consorciados.   

Planejamento financeiro é o caminho para um bom negócio, como explica Luís Toscano, vice-presidente da Embracon Administradora de Consórcios. “É muito importante identificar o que você quer primeiro, saber qual é o fluxo de pagamento que pode fazer e cumprir rigorosamente o que planejou. Tudo vai acontecer como previsto. O planejamento é fundamental para se ter sucesso no consórcio”, ensina o gestor.  

Vantagens do consórcio  

A flexibilidade de adequar o pagamento de acordo com a renda é uma das grandes vantagens do consórcio. “Nós temos produtos para diversos tipos de consumidores. Tem produto para quem é capitalizado e tem condições de dar pagamento maior, em um prazo menor, como também produtos para quem não é capitalizado”, destaca Luís Toscano.  

Além disso, outra vantagem é a possibilidade de comprar o bem à vista. Funciona assim: o consorciado participa todos meses de assembleia de sorteio da carta de crédito, ou seja, o valor a ser resgatado, conforme combinado em contrato. Quando sorteado, ele recebe a carta de crédito, documento que equivale o valor integral para a compra do bem à vista e ainda pode conseguir descontos na negociação.  

“Eu não preciso esperar 300 meses para juntar esse dinheiro. Participo todo mês da assembleia e concorro. Significa que eu posso ser contemplado no primeiro, segundo, terceiro ou quarto sorteio”, ilustra Luís Toscano. O vice-presidente da Embracon salienta que os participantes podem dar lances a cada mês, aumentando ainda mais as chances de ser contemplado.  

Diferente das aplicações financeiras, em que há rentabilidade no resgate do dinheiro aplicado, o consórcio é tido como opção de investimento para quem não tem pressa para adquirir um bem e não quer comprometer a renda. “Não é uma aplicação financeira, um rendimento financeiro que quando você resgata, paga imposto de renda sobre ele. No consórcio, você forma o seu capital, compra o seu bem e nessa operação não tem Imposto sobre Operação Financeira (IOF) nem imposto de renda”, reforça Luís Toscano.  

Como saber se é um negócio seguro  

Como em qualquer negociação financeira, algumas recomendações protegem o consumidor de possíveis dores de cabeça. “A primeira coisa é verificar se a administradora é autorizada pelo Banco Central para evitar aqueles grupos de pirâmide ou pessoas aventureiras”, recomenda o gestor da Embracon. Outra dica é buscar a reputação da empresa no site Reclame Aqui.  

Luís Toscano indica ainda procurar saber sobre a saúde financeira da administradora. “Se a saúde financeira do grupo não é boa, se o nível de cancelamento é muito alto, eles não têm dinheiro para contemplar, então verifique os níveis de contemplação da administradora”, orienta. De acordo com o especialista, por lei, as administradoras devem fazer pelo menos duas contemplações por mês. "Aqui na Embracon, nós temos duas mil contemplações por mês. É uma das administradoras que mais contempla no Brasil”, destaca.  

Além da saúde financeira da empresa, avaliar se o consórcio se encaixa no orçamento é o caminho para fazer um bom negócio. “Veja se a parcela cabe realmente no seu bolso e aí sim, você pode fazer um negócio seguro, pois você não vai ter nenhuma surpresa desagradável”, finaliza Luís Toscano.  

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