Empresa cearense do ramo de alimentos investe mais de R$ 1,35 bilhão em plano de expansão no Brasil

Grupo J. Macêdo comemora aniversário de 85 anos com novas unidades industriais no Nordeste e no Sul do País

O Grupo J. Macêdo iniciou seu plano de expansão de indústrias pelo Brasil. Prova disso são os investimentos milionários na construção do complexo industrial de Horizonte, na Região Metropolitana de Fortaleza, e na ampliação da fábrica da empresa em Londrina (PR), que somam mais de R$ 1,35 bilhão.

A unidade no Ceará será a primeira no Estado onde fica a sede da companhia dedicada à produção de alimentos. No bairro Cais do Porto, em Fortaleza, a empresa já tem um moinho para processamento de trigo, produção de farinha e de farelo. Ao todo, o investimento na fábrica em Horizonte totalizará R$ 500 milhões.

Já a fábrica em Londrina produzirá farinhas especiais para os mais diversos usos, como residencial e industrial. Além disso, haverá a modernização do moinho da J. Macêdo, além da construção de um novo centro de distribuição.

Assim como o projeto no Ceará, o investimento em Londrina será em três fases. Na primeira, aplicação de R$ 250 milhões e 200 postos de trabalho criados, com previsão de entrega em 2026. Nas etapas seguintes, serão investidos entre R$ 600 e R$ 700 milhões. Ao todo, a empresa deve gerar 800 empregos na fábrica do Paraná.

A geração de empregos nas duas cidades deve ficar em torno dos 550 postos, sendo 350 em Horizonte e 200 em Londrina.

O mês de setembro marca o início das comemorações do aniversário de 85 anos da empresa, fundada em 1939 em Fortaleza por José Dias de Macêdo. Além de programações culturais, como exposições em diversas cidades do Brasil, também estão previstos lançamentos.

Em entrevista na tarde desta sexta-feira (6), representantes da empresa, como Amarílio Macêdo, CEO da J. Macêdo CAP, Roberto Macêdo, presidente do conselho da J. Macêdo CAP, e Irineu José Pedrollo, CEO da J. Macêdo S/A, concederam coletiva de imprensa projetando os próximos anos da empresa.

Esses dois projetos olham para os próximos 30 anos da companhia. Temos uma série de planos, ainda que sem uma data efetiva de ampliação, que olham para frente. Todos esses investimentos estamos fazendo com o estado da arte da tecnologia mundial disponível. Tanto o moinho quanto a massa vamos colocar para funcionar em 2026 com indústrias que são referências.
Irineu José Pedrollo
CEO da J. Macêdo

Para os próximos meses estão previstos lançamentos de novos produtos da empresa, focada em produtos alimentícios. A J. Macêdo é dona de marcas como Brandini, Dona Benta Petybon.

"Vamos ter ampliações de linhas e produtos novos que vamos lançar neste ano. Estamos focando na linha de massas alimentícias, snacks e biscoitos", resume Irineu José Pedrollo.

"J. Macêdo tem uma presença destacada no Nordeste, Norte e Sudeste. Dona Benta é a marca líder em farinha de trigo no País, somos a segunda empresa em massas alimentícias e trabalhamos para ampliar a nossa capacidade de produção. Hoje operamos com as fábricas no limite da capacidade", completa o CEO da empresa.

Mercado internacional por enquanto descartado 

Os resultados de 2023 da J. Macêdo S/A, empresa de capital fechado, evidenciam que a companhia vem aumento consecutivamente o lucro obtido, e investimentos agressivos buscam aumentar a margem de faturamento.

No ano passado, de acordo com informações da empresa, foi obtida "a maior receita líquida de sua história, com R$ 3,2 bilhões, o que representou um aumento de 10,5% em relação a 2022. E, em 2024, a companhia registrou no primeiro semestre uma receita de R$ 1,6 bilhão e um lucro líquido de R$ 189,8 milhões, incremento de 3,4%, na comparação com igual período do ano passado".

Toda essa alta também passa pela estratégia de expansão da J. Macêdo, que por enquanto deve continuar com atuação restrita ao Brasil — e principalmente às três regiões das quais têm presença de maior destaque.

J. Macêdo tem um espaço fabuloso no País. Qualquer crescimento no Brasil dá um retorno sempre maior do que se a gente for aprender outra cultura para depois nos estabelecer em outras condições. Enquanto a gente poder explorar o Brasil, a gente tem retorno mais rápido, porque a gente conhece, estamos instalados em questão de escala. Lá fora, não vamos começar grande, vamos pegar experiência.
Amarílio Macêdo
CEO da J. Macêdo CAP

Apesar disso, não está fora dos planos da empresa cearense não estar presente no exterior, assumindo um protagonismo de exportação de produtos alimentícios. 

"Temos uma presença nacional e muitas oportunidades de crescimento no território nacional. Esse é o nosso foco nesse momento. Não descartamos ter uma filial no exterior, passando a ser uma empresa exportadora, mas não é o foco por agora", frisa Irineu José Pedrollo.

Produção de energia limpa também é preocupação

Outro ponto ressaltado pelos dirigentes da J. Macêdo foi na expansão de plantas eólicas e solares, fundamentais para a geração de energia a partir de fontes renováveis. Uma das parcerias foi firmada em 2022, com a cessão de um terreno da empresa de mais de oito mil hectares entre Aracati e Fortim para a instalação de um parque fotovoltaico.

"Vai instalar o maior parque solar que tenho conhecimento projetado do Brasil e talvez do mundo, com 4,5 gigawatts de geração. Você já tem mais de duas vezes a geração do Ceará", pontua Roberto Macêdo.