Economia do CE cresce acima da média do Brasil e do Nordeste

De janeiro a setembro deste ano, a atividade econômica cearense acumulou avanço de 2,29%, conforme cálculos do Banco Central. No mesmo período, a economia nacional cresceu 0,80% e a do Nordeste, 0,74%

Apesar de uma ligeira queda em setembro, de 0,10%, a atividade econômica no Ceará avançou 2,29% nos primeiros nove meses deste ano, superando o crescimento observado no Nordeste (0,74%) e no Brasil (0,80%) no mesmo período. Se considerado o acumulado de 12 meses, desde setembro de 2018, a atividade no Estado avançou 2,38%, superando também os resultados do Nordeste (0,83%) e do Brasil (0,99%). Os dados, divulgados nesta quinta-feira (14), são do Índice de Atividade Econômica (IBC), divulgado mensalmente pelo Banco Central.

A expectativa é que a economia cearense feche 2019 com crescimento superior à média da Região e do País. "Essa leve queda em setembro pode ser vista como algo cíclico, sazonal, que talvez tenha sido impactada pelo setor do agronegócio. Mas o que nós temos visto nos últimos meses é que o Ceará vem crescendo muito mais do que a média nacional", diz o economista Ricardo Coimbra.

Enquanto a atividade no Ceará recuou 0,10% na passagem de agosto para setembro, no Nordeste houve queda de 0,01% e, no Brasil, alta de 0,44%, na série com ajuste sazonal.

"De modo geral, a expectativa é que a economia cearense mantenha essa tendência de crescimento bem acima da média do Nordeste e do Brasil", avalia Coimbra.

O índice do Banco Central, considerado como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), incorpora informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços, e agropecuária, além do volume de impostos. O índice é uma forma de avaliar a evolução mensal da atividade econômica brasileira e ajuda o BC a tomar suas decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic.

Investimentos

O economista Lauro Chaves Neto, membro do Conselho Federal de Economia (Cofecon) e professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), acrescenta que, no longo prazo, os investimentos em infraestrutura e logística, como no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) e no Aeroporto Internacional de Fortaleza, deverão garantir o crescimento econômico do Estado em patamares elevados.

"No longo prazo, nós temos alguns eixos que irão puxar o crescimento do Ceará, como o Cipp que se consolida a cada dia, o hub (centro de conexões) aeroportuário, e o setor de energias renováveis", aponta o economista.

No terceiro trimestre, o índice no Ceará apresentou alta de 0,17%, em relação ao segundo trimestre. Na mesma comparação, a economia brasileira avançou 0,91% e a do Nordeste retraiu 0,16%. Já em relação ao terceiro trimestre de 2018, a economia cearense cresceu 1,62%, a do Brasil, 0,99%, e a do Nordeste, o,29%. Para este ano, os economistas consultados pelo Banco Central estimam um crescimento de 0,92% para a economia brasileira.