Diretores da gigante varejista chinesa Shein participaram de uma reunião em Fortaleza, na tarde dessa segunda-feira (21), com o Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Ricardo Cavalcante, para tratar sobre as perspectivas de expansão da empresa envolvendo o Ceará. O encontro aconteceu na Casa da Indústria e também reuniu representantes do Governo do Estado, dos setores têxtil e de confecções.
O governador Elmano de Freitas também deve se reunir com a direção da empresa ainda nesta terça-feira (22), de acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Salmito Filho.
Com o objetivo de articular parcerias com a indústria local visando oferecer produtos do setor de vestuário no Ceará, representantes da Shein no Brasil apresentaram o modelo de negócios da empresa.
Como já adiantado pela colunista Ingrid Campos, a ideia da varejista é investir em capacitação e em pequenas linhas de crédito para empreendedores que possam atuar como fornecedores do site.
Avaliação de fatores tributários e de custos
Roseane Medeiros, secretária de Relações Exteriores do Estado e Vice-Presidente da FIEC, celebrou a possibilidade de crescimento da produção local, mas foi cautelosa em dizer que é preciso avaliar fatores tributários e de custos.
Em junho, Elmano de Freitas havia afirmado que a decisão de taxar compras em sites estrangeiros, como Shein e Shopee, tem o intuito de evitar concorrência desleal entre os vendedores internacionais e os locais.
"A capacidade que uma plataforma dessa tem de escalar produção é muito grande. Temos que pensar como podemos ajustar os setores tradicionais a essa nova era. Temos compromisso com esse setor, que é muito importante”, disse Medeiros.
Ricardo Cavalcante pontuou que o encontro representa o primeiro passo para estreitar relações entre a empresa e os empresários cearenses. "Essa conversa é para que possamos propor soluções boas para a indústria e para a plataforma, ouvindo os empresários. O relacionamento tem que existir, mas deve ficar claro para os dois lados como isso vai acontecer”, afirmou.
Já Anna Beatriz Almeida, diretora de assuntos externos da Shein, comentou sobre a importância da chegada da varejista no Brasil para o projeto de ampliação da empresa na América Latina.
“Quando trabalhamos com parcerias, nesse modelo em que estamos vislumbrando crescimento para América Latina, queremos que o parceiro cresça junto com a gente. O sucesso da empreitada é o sucesso que vamos construindo com nossos colegas”, relatou.
MERCADO BRASILEIRO
No Brasil, a Shein já firmou parceria com 131 fábricas. A expectativa é chegar a 200 até o fim do ano, conforme informou a varejista durante o encontro com o deputado André Figueiredo (PDT-CE). O Brasil representa um dos maiores mercados da Shein no mundo.
Em abril deste ano, após acordo com o Governo Federal, a Shein informou que investirá R$ 750 milhões no Brasil e que passará a produzir 85% de seu portfólio com fabricantes locais, gerando até 100 mil empregos no País num prazo de três anos.