Apesar de ressaltar que seu reajuste tarifário tem evoluído abaixo da inflação ao longo dos últimos 10 anos, a Coelce admitiu que, em 2016, o avanço médio de 12,97%, autorizado ontem pela Aneel, ficou acima do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado no mesmo período, que foram, respectivamente, 11,56% e 9,39%.
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A informação foi dada pelo diretor de regulação da Coelce, José Alves Melo. Segundo ele, a parcela da Companhia neste novo reajuste da tarifa de energia é de apenas 5,73%, posto que os outros 7,24% correspondem a custos não gerenciáveis. "Houve aumento na compra de energia e nos encargos que temos que pagar. Para se ter uma ideia, 25% da energia comprada pela Coelce vem de cotas de empresas de geração, que subiram seus custos em 80%. Isso obviamente pressionando o índice", defendeu o diretor.
Melo destacou, porém, que na comparação com o ano passado, o reajuste na conta de luz deste ano será bem menos impactante para o consumidor. "Em 2016, tivemos duas altas que, quando somadas, representam um aumento de aproximadamente 40%", ressaltou.
Despesas
Segundo a Coelce, a nova tarifa vai repor custos arcados pela distribuidora durante 2015, mas que não possuíam cobertura tarifaria suficiente. Esses sobrecustos foram motivados, principalmente, pelo aumento das despesas com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) - fundo administrado pelo Governo para custear subsídios às tarifas e com custos de compra de energia. "Em uma conta de R$ 100, apenas 22% se destina ao serviço de distribuição da Coelce. Os outros R$ 78,00 são arrecadados e repassados", contou Melo.
Chesf
O diretor da Coelce também destacou que a queda na qualidade de serviço apontada pela Aneel foi impactada por problemas na Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) em 2015.