Não tem como não ter ouvido falar sobre Bitcoin nos últimos tempos. A primeira e mais conhecida criptomoeda ultrapassou diversas vezes o patamar máximo de preço, alcançando o valor de US$ 68 mil em novembro deste ano.
Mas, para além do Bitcoin, diversos outros criptoativos que sequer se dispõem a ser uma moeda também tiveram destaque. O Ethereum, segunda maior moeda digital do mundo, alcançou o valor máximo histórico de US$ 4,4 mil em outubro deste ano.
O que estava na boca dos investidores durante 2021 foram as NFT, tokens não fungíveis que registram a propriedade de um ativo – como uma obra de arte ou mesmo uma fotografia. Tanto que NFT foi considerada a palavra do ano pelo dicionário Collins.
Para 2022, a expectativa dos analistas é que o mercado de criptoativos continue em plena expansão. O investidor deve se aprofundar na análise antes de investir para identificar quais ativos têm maior potencial.
O boom dos criptoativos
A pandemia colocou em alta os criptoativos. De acordo com o diretor de investimentos da Magnetis, Marcelo Romero, um dos fatores que colaborou para isso foi o boom da tecnologia ligado ao “novo normal”.
“É um momento em que as pessoas passaram a utilizar mais intensamente soluções de tecnologias e os desenvolvedores tiveram oportunidade de estar em casa fazendo código”, explica.
Mas o que levou a uma valorização mais expressiva desse segmento foi o fato de investidores tradicionais passarem a enxergar as cripto como uma forma de fugir da inflação - como o investimento em ouro, por exemplo".
“O mercado de criptomoedas acabou sendo um bom refúgio para os investidores e uma classe de ativos nova que não está necessariamente ligada as decisões do Banco Central”, ressalta o CEO da Liqi, Daniel Coquieri.
O Bitcoin saiu na frente, tendo uma valorização de 303% durante 2020. Mas outras cripto acompanharam e inclusive tiveram mais destaque durante este ano, com destaque para o Ethereum, que valorizou 387%.
O mercado de NFTs também cresceu bastante durante 2021, com a comercialização de itens digitais. Surgiu também uma vertente ligada a metaverso, que tem relação com jogos virtuais.
Criptomoedas ligadas a esse segmento tiveram valorizações expressivas em 2021. É o caso da Sand, que valorizou 19.300% e da Solana, com valorização de 8.065%
“A gente termina o ano de 2021, tendo NFT como algo muito latente no mainstream, a gente vai ouvir muito falar de cripto relacionando com NFT”, relaciona Marcelo.
Expectativas
Para Daniel Coquieri, a expectativa para 2022 é uma expansão e consolidação do mercado de criptoativos, com cada vez mais países regularizando a prática.
“Eu acho que a tecnologia Blockchain vai entrar bastante no mercado financeiro tradicional. Na prática falando, né? Saindo um pouco da teoria e entrando mais na prática do dia a dia ali do mercado financeiro”, projeta.
Marcelo alerta que a inflação, que foi um dos motivos que levou mais pessoas a investirem na cripto devido à sua alta, deve entrar em queda em 2022. “O mesmo driver que fez cripto deslanchar, que é a proteção contra inflação, a gente vê os bancos centrais apertando a política monetária”, destaca.
O mercado cripto cresceu muito nas regulamentações em uma série de países, então isso é muito positivo pro mercado continuar crescendo. Tendo segurança jurídica dos investidores, muito dinheiro institucional entrando no mercado. Acho que deixou de ser um setor conhecido pra minoria das pessoas, pra também ser um setor que o grande mercado financeiro do mundo já está olhando, entrando".
Onde investir?
Romero destaca que existem diversos ativos com grande potencial de crescimento, mas o investidor deve estudar os princípios de cada opção na hora de escolher onde investir. Para além da valorização, que pode ser momentânea, é a base do criptoativo que irá sustentar no longo prazo.
Existe grande potencial de valorização no mercado como um todo, mas é um pouco de pensamento ilusório pensar que para qualquer criptoativo é cedo. É um pensamento ilusório achar que você vai ficar rico comprando Bitcoin agora".
Ele indica que o investidor não se prenda a ativos específicos, preferindo investir em ponderados de valor de mercado, como o ETF HASH11.
A dica de Coquieri é que o investidor, acima de tudo, estude. Segundo ele, existem vários projetos interessantes no universo cripto, para além do Bitcoin e Ethereum.
“O investidor tem que pesquisar, entender onde ele está investindo, não entrar na onda de comprar porque alguém falou ou com aquela história de que vai ficar rico, acho que isso aí é o pior erro que um investidor pode fazer nesse mercado. Ele deve pesquisar, estudar onde ele vai investir o seu dinheiro nesse mercado”, ressalta.