O peso da cesta de consumo que as famílias sentem no bolso se confirma nos números: somente em janeiro deste ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do Brasil, ficou em 0,54%. Esse é o maior percentual para o mês de 2016 (1,27%).
Em Fortaleza, o índice foi ainda maior, de 0,73%. Do grupo de alimentos, a cenoura (41,24%) e o tomate (24,31%) foram os principais responsáveis pela pressão do custo. Mas o que puxou os preços destes alimentos para cima?
Segundo o analista de mercado da Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa), Odálio Girão, esses itens vêm, na maioria das vezes, de Minas Gerais, São Paulo e do Espírito Santo. Locais que tiveram a produção afetada devido às fortes precipitações no fim de 2021 e no início deste ano.
“Os produtores destas regiões perderam muitas cenouras com as fortes chuvas, ocasionando menores colheitas e, consequentemente, o envio para o mercado do Nordeste”, avalia.
“Como a cenoura chegou em menor quantidade, o preço disparou”, enfatiza.
Odálio acrescenta que o mesmo vale para o tomate. “Embora tenhamos uma produção aqui em Ibiapaba, ela não conseguiu responder à demanda crescente”, observa.
Ele pondera haver outras cidades cearenses produtoras tanto do tomate quanto da cenoura, mas um quantitativo ainda incipiente para abastecer a Capital.
O que esperar para os próximos meses?
Segundo Odálio, esses alimentos devem seguir caros até março ainda devido às condições climáticas. “A tendência é que esse quadro chuvoso permaneça, sobretudo, na região mineira. Então, até o próximo mês, a intensidade da chuva deve atrapalhar as produções”, aponta.
“Além disso, em março, pode ser que a Bahia consiga suprir a demanda e abastecer o nosso mercado”, projeta.
Ele pondera que o cenário pode ser positivo para outros alimentos, como feijão-verde, grãos e o abacate.
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