As belezas naturais, a possibilidade de aliar praia, serra e sertão em um só lugar e a fama de um povo hospitaleiro são alguns fatores que contribuem para que os viajantes mantenham o Ceará no topo da lista entre os destinos que querem visitar. O presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Gilson Machado Neto, diz que o Estado é essencial para o setor de turismo no País, já que tem um grande potencial atrativo, o que é importante para fortalecer mercado doméstico.
De acordo com o executivo, dados do Google demonstram que as procuras por "turismo de natureza", especialidade do Ceará, saltaram de 10% para 54% durante a pandemia do novo coronavírus, o que leva a Organização Mundial do Turismo (OMT) a mencionar o Brasil como o País que tem o melhor potencial atrativo na retomada econômica do setor no pós-pandemia.
"Em 2019, o Ceará já vinha tendo destaque nos números para o turismo, apresentando crescimento maior do que estados vizinhos do Nordeste, inclusive. A região e o Ceará incluído são essenciais para o setor no Brasil", afirmou.
Divulgação do trade
Um dos objetivos da Embratur atualmente, lembrou Gilson Machado Neto, é realizar campanhas publicitárias para ajudar a divulgar os locais que investem em "turismo de natureza", um dos indutores da retomada econômica do setor.
A instituição, pontuou o executivo, continuará ajudando o trade nacional dentro do País até seis meses após o término da pandemia, quando voltará a divulgar o Brasil no exterior. No entanto, a conexão com o trade nacional, com os estados e com os municípios, permanecerá para mostrar aos demais que a segurança sanitária dos locais é garantida.
"Precisamos aproveitar esse momento de restrições de viagens ao exterior para fortalecer nossas qualidades entre os próprios brasileiros. Neste primeiro momento, o ticket médio e até o tempo de permanência serão alterados, principalmente por causa de promoções que serão importantes para a retomada econômica. Já vemos aumento de procura para viagens aéreas, maior taxa de ocupação hoteleira, números mais positivos no comércio em geral. Claro, tudo também decorre de novas notícias com relação a vacinas, medicamentos e o controle da pandemia em cada localidade", destacou o presidente da Embratur.
Impulso
Para o titular da Secretaria de Turismo (Setur), Arialdo Pinho, o Ceará é um dos locais mais procurados como destino há, pelo menos, cinco anos, estando sempre no pódio dos mais visitados. A divulgação que será feita pela Embratur neste ano, acredita ele, se dá por esses resultados e impulsionará o turismo do Estado.
"Nós estamos bem situados nacionalmente, e as campanhas publicitárias sempre serão bem-vindas. Fizemos uma recentemente, inclusive, mas o comitê de saúde da retomada ainda não autorizou a divulgação, para evitar aglomerações. A expectativa é que voltemos no primeiro semestre de 2021", afirmou.
Conforme o secretário, a volta dos voos, especialmente os internacionais, ao Aeroporto de Fortaleza deixa representantes do setor do turismo otimistas de um modo geral, embora o patamar de faturamento pré-pandemia deva ser registrado em apenas dois anos, avalia o titular da Setur.
"Teremos que aprender a conviver com esse vírus. Alguns meses serão bons, outros ruins, mas isso é no mundo inteiro, não só aqui. Se a sociedade tivesse a consciência de seguir os protocolos de segurança sanitária, nós estaríamos muito bem. O problema é que uma parte faz, mas outra não. Tem gente achando que o vírus não existe, que o isolamento social é pressão. Até que um familiar pegue a doença", disse o secretário. Para ele, a taxa de ocupação hoteleira no fim do ano deverá atingir o patamar de 70% do total.
'Segunda onda'
Segundo a presidente do Visite Ceará, Ivana Bezerra, se houver uma "segunda onda" de Covid-19 no Estado, como foi apontado pelo Consórcio Nordeste na última sexta-feira (23), o turismo será bastante afetado, uma vez que o setor, na opinião da empresária, é um dos mais "sensíveis" quando comparado aos demais.
"Não é uma 'segunda onda', mas sim a primeira, que nunca deixou de existir. Logo no início, as pessoas tiveram cuidado, se resguardaram, e agora 'baixaram a guarda'. Houve um relaxamento da população, e os casos da doença aumentaram. O turismo será impactado negativamente porque é um setor sensível e que depende muito de como anda a economia, de como está a situação no local de destino quanto à segurança sanitária. Ninguém vai arriscar a vida em uma viagem se tiver o risco de contaminação", salientou ela.
Arrecadação tributária
Ivana Bezerra chama atenção para os municípios que têm o turismo como principal fonte de recursos e que tiveram - e continuam tendo - queda na receita, o que contribui significativamente para uma redução da arrecadação tributária no mês e no ano.
Para tentar reduzir os prejuízos, explica a presidente do Visite Ceará, o setor tem realizado campanhas publicitárias para fomentar o turismo doméstico no próprio Estado. "Estamos mantendo o foco no local agora. Fomos os primeiros a receber o selo mundial de qualidade mundial na questão da segurança sanitária, o que é importante", ressaltou.