O Ceará vem se consolidando como segundo maior exportador de pescados do Brasil. Segundo levantamento do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), no acumulado entre janeiro e maio deste ano, o mercado local já exportou US$ 14,375 milhões em produtos do segmento, sendo superado apenas pelo Pará, que atingiu a marca de US$ 20,085 milhões.
Em comparação com igual período de 2020, vale ressaltar, o Ceará apresentou um crescimento de 22,7% nas exportações de pescados, superando, em valores proporcionais, o resultado obtido pelo estado do Pará. A lista dos principais exportadores do Brasil ainda conta com Rio Grande do Norte (US$ 9,830 milhões), Santa Catarina (US$ 5,461 milhões), Bahia (US$ 5,312 milhões), São Paulo (US$ 4,286 milhões) e outros.
Apesar do resultado nominal colocar o Ceará na segunda posição geral, outras unidades da Federação apresentaram uma evolução maior que a do Estado.
Crescimento percentual
Na análise comparativa entre janeiro e maio de 2021, com igual período do ano anterior, as maiores variações no desempenho de exportação foram registradas para a Paraíba (804,8%), que exportou US$ 818 mil em 2021; Amapá (387,8%), que exportou US$ 4 mil; Paraná (291,8%), exportando US$ 996 mil; Espírito Santo (137,9%), somando US$ 3,059 milhões; e outros.
Para Ana Karina Frota, gerente do CIN da Fiec, esse crescimento, abaixo do registrado por outros estados, não pode ser visto como preocupação para o mercado cearense, visto que o volume total de valores arrecadados pela exportação no Estado é consideravelmente maior.
"A participação de cada estado depende do momento econômico local. No entanto, no caso dos estados listados acima, apesar de um percentual grande de crescimento, o valor exportado é bem inferior ao valor do Ceará. Fortaleza foi o principal município exportador do Estado", explicou.
Aumento de vendas ao exterior
A gerente do CIN ainda comentou que o resultado do Ceará é consequência de investimentos em tecnologia, inovação e padrão de qualidade feitos pelas empresas cearenses nos últimos anos. Para Ana Karina, o desempenho cearense é extremamente favorável considerando o momento de recuperação durante a pandemia do novo coronavírus.
O momento é extremamente positivo e reflete a recuperação de um setor que investiu em tecnologia, inovação, padrão de qualidade e padronização de processos", disse.
Balança comercial no Estado
A análise se baseia também no balanço comercial registrado pela compra e vendas de pescado no Ceará nos cinco primeiros meses de 2021 e 2020.
De acordo com os dados levantados pelo CIN, a partir da base de dados do Governo Federal, o volume de importação de pescados no Ceará, assim como a exportação, também teve alta, mas em menor patamar.
Entre janeiro e maio de 2020, o Estado importou US$ 2,787 milhões em produtos de pescado. Já em 2021, foram registrados US$ 3,282 milhões, gerando uma variação positiva de 17,8%.
Com esse desempenho, a balança comercial do Estado, isolada para o setor, em 2021 foi US$ 11,093 milhões, contra US$ 8,932 milhões em 2020. Os dados representam uma evolução de 24,18%.
Relações com os Estados Unidos
De acordo com Karina Frota, além dos investimentos em inovação, a relação comercial entre Ceará e os Estados Unidos também pode ser apontada como um dos fatores que gerou a evolução em exportações de pescados entre 2020 e 2021.
"O Ceará exporta diversos produtos dentro do setor, como lagosta congelada, peixes e o próprio atum. As vendas para o mercado americano duplicaram e, por essa razão, o resultado é expressivo", revelou.
Confira os principais destinos dos produtos cearenses de pescados em 2021 e 2020
2021
- Estados Unidos - US$ 8,616 milhões
- Equador - US$ 1,748 milhão
- Austrália - US$ 1,084 milhão
- China - US$ 1,06 milhão
- Canadá - US$ 672 mil
2020
- Estados Unidos - US$ 5,481 milhões
- China - US$ 1,933 milhão
- Austrália - US$ 1,416 milhão
- Equador - US$ 173 mil