Cartada final é reduzir idade para mulheres

São Paulo. Além de ceder em cinco pontos da reforma previdenciária, o presidente Michel Temer guardou como cartada final para garantir a aprovação da proposta no plenário da Câmara a redução da idade mínima exigida para aposentadoria das mulheres, que pode ficar em 62 ou 63 anos, em vez dos 65 fixados pela proposta original.

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A estratégia do governo, segundo aliados de Temer, é aprovar a reforma na comissão especial com idade mínima de 65 anos para homens e mulheres. Se o governo perceber que pode perder a votação em plenário, aceitará reduzi-la para as mulheres. O presidente da comissão, Carlos Marun, propôs a Temer que a redução fosse feita imediatamente, mas o presidente prefere manter essa concessão como uma carta na manga para dobrar as últimas resistências.

'Essencial'

Ontem, o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, voltou a dizer que a fixação da idade mínima para aposentadoria na proposta de reforma da Previdência é essencial e que só vai formalizar o que já existe. De acordo com ele, o mundo todo tem idade mínima. "E o trabalhador da construção civil em São Paulo, que só consegue contribuir por 15 anos, já está sujeito à idade mínima, já se aposenta com 65 anos de idade", disse. Segundo Mansueto, a idade mínima já existe, mas as pessoas não sabem. Ele também disse que é equivocada a ideia de que os políticos se aposentam após um ou dois mandatos.