Capacidade instalada para 177 milhões de litros

Empreendimentos industriais devem incrementar a demanda pela produção de oleaginosas no Nordeste

Até o fim deste ano, o Ceará contará com uma capacidade instalada para atingir a produção de até 177 milhões de litros de biodiesel a cada ano. Boa parte deste volume — 118 milhões, ou 66% do total — faz parte da produção Brasil Ecodiesel, que funciona em Crateús. Em Quixadá, está prevista para até o fim do primeiro semestre o início das operações da fábrica da Petrobras, com capacidade para fabricar anualmente 57 milhões de litros.

O restante da capacidade prevista deve vir do avanço dos projetos de usinas de pequeno e médio porte. Hoje, já funcionam duas (Sobral e Piquet Carneiro), mas a meta é fazer com que outras três sejam inauguradas até o fim deste ano. Cada uma dá conta de gerar até oito mil litros por dia de funcionamento, demandando investimentos de aproximadamente R$ 700 mil, conforme cálculos da Secretaria de Desenvolvimento Agrário.

Apesar de ter porte menor, a usina da Petrobras ganha pela versatilidade. Ao mesmo tempo, ela consegue produzir óleo a partir de sementes distintas, como a mamona e o girassol, a serem produzidos no Ceará, a soja e o dendê, importados de outros estados, e até mesmo de sebo (gordura animal).

Para pôr a unidade em funcionamento, a estatal está desembolsando R$ 76 milhões. O capital faz parte dos A produção de biodiesel faz parte do investimento de R$ 2,6 bilhões que deve empenhado ao longo dos próximos cinco anos na área de biocombustíveis e energias renováveis.

Em conjunto com as plantas de Candeias (BA) e Montes Claros (MG), a meta é produzir 938 milhões de litros de biodiesel em 2012. Pelo cronograma atual do governo federal, este é o prazo para o início da obrigatoriedade do B5, que contém 5% de biodiesel na composição de cada litro de óleo.

Brasil Ecodiesel

Em funcionamento em Crateús desde o ano passado, a Brasil Ecodiesel demandou investimentos iniciais de R$ 22 milhões. Mesmo sendo capaz de concentrar todo o processo — desde o esmagamento das bagas até o refino do óleo — a empresa hoje está concentrada apenas na última etapa do processo. Ao todo, a empresa dispõe de 19 unidades espalhadas pelo País.

Nos municípios cearenses em que tem produtores de oleaginosas cadastrados, a empresa não tem parceria com a Ematerce para o acompanhamento dos agricultores. ´A empresa está oferecendo este serviço por conta própria´, assegura o gerente da Ematerce no Sertão dos Inhamuns.

Hoje, a empresa tem uma margem reduzida de produtores cadastrados, perdendo espaço para a concorrente que se estabelece em Quixadá.

Desde o início de janeiro, a reportagem solicitou contato com a diretoria da Petrobras por meio de sua assessoria de imprensa. Até o fechamento da edição, a estatal ainda não havia se manifestado. (LA)