A decisão do Governo de restringir o funcionamento das barracas de praia em todo o Estado até às 15h no período do Carnaval para refrear a alta de casos de Covid-19 deve trazer severos impactos ao setor, que ainda não se recuperou dos prejuízos acumulados até agora. A exemplo do último fim de semana, o faturamento deve cair 60% entre os dias 12 e 17 de fevereiro, sexta a quarta-feira de Carnaval.
A informação foi revelada pela presidente da Associação dos Empresários da Praia do Futuro (AEPFuturo), Fátima Queiroz. Segundo ela, a última quinta do caranguejo, com encerramento das atividades às 20h, já foi de prejuízo de 75%, enquanto no sábado e domingo, fechando às 15h, a queda foi de 60%.
"Não acreditamos que o Governo volte atrás, se as taxas de contaminação não baixarem. Também não vemos nossos clientes antecipando o horário de ir à praia, mudando hábitos e costumes de décadas! Só nos resta engolir o choro e rezar", lamenta Queiroz.
Ela lembra que as barracas passaram quatro meses fechadas no início da pandemia e tiveram um retorno cheio de restrições, de forma que ainda há prejuízos a serem recuperados enquanto lidam com limites mais rígidos.
"São dias difíceis. Temos que negociar com fornecedores, com o Estado para os impostos, com funcionários, reduzir despesas, tentar linhas de créditos, vender algum bem. Lamento como empresária, mas acho que o Governo não tem outra forma de controlar", ressalta.
Entrada e saída de veículos
O Executivo cearense também irá controlar a entrada e saída de veículos em Fortaleza, restringindo o acesso a situações específicas:
- Por motivos de saúde, próprios e de terceiros, para obter ou facilitar assistência em hospitais, clínicas, postos de saúde e outros estabelecimentos do mesmo gênero;
- Entre os domicílios e os locais de trabalho de agentes públicos;
- Entre os domicílios e os locais de trabalho;
- Para assistência ou cuidados de pessoas com deficiência, crianças, progenitores, idosos, dependentes ou pessoas vulneráveis;
- Para participação em atos administrativos ou judiciais, quando convocados pelas autoridades competentes;
- Aqueles necessários ao exercício das atividades de imprensa;
- Transporte de carga;
- De pessoas domiciliadas em mais de um município do Estado, desde que devidamente comprovados ambos os domicílios;
- De comprovação documental de reserva previamente realizada ou de pagamento efetuado, até a data de publicação deste Decreto, para estadia em estabelecimentos formais de hospedagem;
- Por motivos de força maior ou necessidade impreterível, desde que devidamente justificados
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Ceará (ABIH-CE), Régis Medeiros, ressalta que o controle não deve ter impacto no turismo, uma vez que os visitantes que tiverem reservas poderão entrar normalmente no município, à exemplo de Jericoacoara.
"Não será permitido a entrada de visitantes só para passar o dia, mas quem tem reserva, poderá sim. Além disso, a ocupação hoteleira em Fortaleza para o Carnaval já está em 30%, bem abaixo dos 55% observados em janeiro", avalia.