Após clientes especularem sobre a falência do banco, o Nubank informou que não pretende encerrar as operações no Brasil. O rumor sobre um possível fechamento começou após a fintech anunciar, na semana passada, uma mudança no recibo negociado na Bolsa brasileira, o programa de Brazilian Depositary Receipt (BDRs), que acompanha variações das ações cotadas na Bolsa de Nova York (Nyse), nos Estados Unidos.
Ou seja, o conselho administrativo aprovou o início do processo para a instituição financeira fechar o capital na Bolsa brasileira. Os BDRs dela continuarão sendo negociados na Bolsa brasileira, mas mudarão de nível três para um — tipo emitido por empresas com registro no exterior. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Na prática, a mudança permitirá que o Nubank não precise mais seguir as regras do órgão regulador do mercado financeiro brasileiro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas continue se submetendo às normas da instituição que regula o mercado americano, a Securities and Exchange Commission (SEC).
"O Nubank não vai fechar no Brasil. O anúncio é apenas a reestruturação do programa de BDRs. Seguimos trabalhando para simplificar cada vez mais a vida financeira dos nossos mais de 60 milhões de clientes", disse a fintech em comunicado divulgado no último dia 15.
Ainda conforme a publicação, o banco seguirá com a divulgação em português dos documentos destinados aos investidores, como a apresentação de resultados trimestrais.
O que muda para quem investiu em BDRs no Nubank?
Ao ser implementada, a mudança permitirá que os investidores que possuem BDRs da fintech escolham receber as ações ordinárias classe A negociadas na Bolsa de Nova York, na proporção de seis BDRs para cada ação. Ou seja, quem optar por essa opção deve ter, no mínimo, seis BDRs.
Outra alternativa será trocar os BDRs de nível três por papéis de nível um, na proporção de um para um. Os investidores também poderão escolher vender os próprios papéis. Segundo o Nubank, as opções serão exibidas aos investidores no aplicativo ao longo dos próximos meses.
No fim de 2021, o banco criou o programa NuSócios, em meio ao processo de abertura de capital na Bolsa americana. A iniciativa convidava os clientes a se tornarem sócios do empreendimento através do recebimento de um BDR por pessoa.
Conforme a instituição financeira, junto com os outros investidores em BDRs, os NuSócios "também poderão escolher entre converter ou vender seus BDRs, antes do término do período específico de lockup [prazo em que a venda não é autorizada] do programa."
Desde a abertura do capital, em dezembro de 2021, as ações da empresa caem cerca de 41,5%, em um cenário de alta dos juros nos mercados desenvolvidos.
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