O preço da água de coco nas praias e supermercados ficou menor para o consumidor cearense do último ano para cá. De acordo com o analista de mercado da Ceasa, Odálio Girão, o coco verde chega a ser vendido por R$ 1 na Capital.
A queda no preço da água de coco tem a ver com a sazonalidade do clima e também com a demanda por parte do sudeste. O presidente da Associação Nacional dos Produtores de Coco (Aprococo), Reinaldo Ribeiro, contabiliza que houve uma queda de 50% no preço do produto.
Ele prevê que o preço do coco verde deve seguir em trajetória de queda até outubro deste ano. O setor tem expectativas para a valorização do produto no início do ano que vem.
Além da água de coco, outras frutas e hortaliças tiveram redução de preço no último mês, decorrente de boas colheitas em razão das chuvas. Dados do IPCA mostram que o tomate, por exemplo, ficou 17,94% mais barato em Fortaleza em março em relação a fevereiro.
Água de coco mais barata
Reinaldo Ribeiro aponta que desde o ano passado o Ceará é o maior produtor brasileiro de coco verde. Essa maior oferta traz vantagem para o consumidor cearense, que acaba conseguindo um produto mais barato.
Apesar de o Ceará ser o maior produtor, contudo, ele perde em competitividade para estados como Bahia e Espírito Santo quanto ao abastecimento da região Sudeste, principal polo consumidor. Isso porque o preço do frete acaba dificultando essa logística.
Como boa parte da produção acaba não sendo escoada para outros estados, o maior volume de coco no Ceará faz com que os preços fiquem mais baixos.
Além disso, o período chuvoso atípico no Sul no Brasil reduziu a demanda pelo produto nos meses de janeiro e fevereiro, quando normalmente ele é mais demandado.
“Os preços baixos no início desse ano foram atípicos, isso não acontece. Esse ano, devido a um período chuvoso na região Sudeste, teve um represamento. Existe também uma questão econômica, que o mercado de consumidor deixa de comprar alguns produtos que não são tidos como essenciais, é o caso da água de coco”, aponta.
De acordo com Odálio, a tendência é que permaneça uma forte produção de coco verde em municípios como Paraipaba, São Luis do Curu, Pentecoste, Aquiraz, Cascavel, Pindoretama e Beberibe.
O período chuvoso facilita bastante os coqueirais terem uma produção mais avantajada, os coqueiros produzem mais, acumulam uma boa quantidade de água"
Frutas e hortaliças em baixa
Além da água de coco, Odálio Girão destaca que outras frutas e hortaliças estão com preços mais baixos devido ao período de safras.
“Podemos citar o melão, ele já entra em uma colheita bem maior. O limão também está com um preço muito bom devido as boas colheitas no vale do Jaguaribe. A laranja vem de outro estado, mas está se mantendo em uma boa oferta, com preços atrativos”, exemplifica.
Conforme dados do IPCA referentes a Fortaleza, o tomate teve queda de 17,94% entre março e fevereiro. Maçã (-12,42%), cebola (-6,93%) e banana prata (-6,32%) também se destacaram na comparação mensal.
O analisa de mercado da Ceasa explica que essas quedas maiores ocorreram porque os produtos se encontravam antes em patamares muito elevados e agora retornam para uma normalidade.
“Com esse quadro chuvoso do Ceará, a tendência é que em maio e junho a gente tenha uma produção muito forte de agricultura e esses preços podem cair para muitos produtos”, aponta.
Confira produtos em queda
Produto | Variação |
Tomate | -17,94 |
Maçã | -12,42 |
Cebola | -6,93 |
Banana - prata | -6,32 |
Goiaba | -4,2 |
Batata-inglesa | -2,52 |
Uva | -2,23 |
Laranja - pera | -0,38 |