Ações das Lojas Americanas caem 95% e são excluídas de 14 indicadores da B3

No pregão anterior ao anúncio do rombo, os papéis da empresa eram vendidos a R$ 12, valor que encerrou a última negociação em R$ 0,71

A crise envolvendo inconsistências contáveis nos relatórios da Americanas continuam tendo efeitos devastadores nos ativos da empresa. Nessa sexta-feira (20), sete pregões foram o suficiente para fazer que as ações ordinárias da companhia despencassem 94,08%.

A queda livre levou o preço dos ativos a R$ 0,71, fazendo com que eles fossem excluídos de 14 índices da B3, entre eles o Ibovespa.

Além da rápida corrosão dos papéis, levantamento do Valor mostra que o aluguel – quando investidor paga taxa ao dono do ativo e faz a venda a descoberto, apostando em uma queda – e a volatilidade das ações apresentaram crescimento exponencial desde o dia 11, quando o primeiro fato relevante sobre o assunto foi divulgado.

As primeiras horas após o início do pregão no dia seguinte ao anúncio foram recheadas de investidores, pegos de surpresa pelo rombo e pela falta de informações sobre a situação, buscando se desfazer dos papéis.

Especialistas avaliam que a comunicação da Americanas foi atrapalhada e contribuiu para agravar ainda mais o problema, já que o primeiro fato relevante não detalhava o tamanho do rombo, assim como a origem das inconsistências e qual seria a postura da companhia diante da situação.

A falta de transparência teria assustado credores, fornecedores, clientes e mesmo o mercado financeiro em geral.