O trabalhador brasileiro está disposto a aceitar outras trabalhos temporários neste fim de ano para realizar as compras para as festas do período. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais do Brasil, 41% dos entrevistados pretendem fazer "bicos" ou outras atividades para a geração de renda extra com o objetivo de comprar mais presentes ou presentes melhores para o período do Natal deste ano.
O estudo revela que dentro deste percentual estão, principalmente, os trabalhadores mais jovens (50,1%), as mulheres (47,9%) e as pessoas das classes C, D e E (44,8%). O educador financeiro do SPC Brasil José Vignoli avalia que, tradicionalmente, este é um período em que grandes somas de dinheiro entram em circulação no comércio, ajudando a movimentar as vendas de produtos e serviços em diversos setores. "Além do 13º, com a chegada das festas de fim de ano, muitos consumidores costumam recorrer aos trabalhos informais, ou 'bicos', para comprar presentes melhores ou em maior quantidade", conclui.
Com a chegada do 13º salário, muitas pessoas se perguntam qual é a prioridade do uso dessa renda extra. Ainda que seja aconselhável analisar as finanças cuidadosamente antes de tomar uma decisão. A pesquisa aponta que cinco em cada dez brasileiros que recebem 13º (52,9%) utilizarão ao menos parte do valor para fazer as compras de Natal, sendo que 10,8% pretendem gastar todo o valor.
Outras finalidades
Entre os 27,0% que não pretendem utilizar a renda extra com presentes, o principal destino será economizar ou investir (26,6%), além de quitar dívidas para organizar a vida financeira (26,4%) e pagar impostos de início de ano, como IPTU e IPVA (11,4%). Segundo o educador financeiro, é importante refletir sobre o uso racional do 13º salário, por mais que seja tentador ceder aos apelos de consumo durante o Natal e as comemorações de Ano Novo. "Qual é a prioridade? Essa é a pergunta que a pessoa deve fazer. Quitar contas em atraso, por exemplo, deve vir antes de qualquer desejo de compra", explica Vignoli.