Vítimas de enchente em Fortaleza aguardam pagamento de auxílio financeiro

Em entrevista ao Sistema Verdes Mares, o coordenador das Regionais da Capital, Renato Lima, afirmou que Defesa Civil está em processo de confirmação de cadastros

As famílias afetadas por enchentes após transbordamento da barragem do Rio Cocó, em fevereiro, seguem à espera do auxílio de até R$ 1 mil garantido em decreto pela Prefeitura de Fortaleza, dia 27 de março. De acordo com a coordenadora de Articulação das Regionais (Coareg), o pagamento deve ser iniciado até sexta-feira (5).

No dia 24 de fevereiro, casas do Conjunto São Cristóvão e do Barroso ficaram alagadas após fortes chuvas na Capital. Atualmente, cerca de 2.900 famílias alegaram prejuízos e estão cadastradas pela Defesa Civil. O órgão deve concluir, em até 15 dias, a confirmação dos cadastros, por meio de visitas que verificam a real situação das residências.

“Precisamos visitar rua a rua, casa a casa, para confirmar esses prejuízos. Isso envolve imprevistos. Em dias de chuva, os agentes que deveriam fazer isso estão socorrendo as pessoas”, justifica o titular da Coareg, Renato Lima.

A distribuição dos auxílios de até R$ 1 mil seguirá, segundo o coordenador, critérios técnicos. Em março, foram definidas “poligonais de alagamento”, ou seja, áreas comprovadamente afetadas pelas enchentes. Para iniciar os pagamentos, é preciso confirmar quantos dos 2.900 grupos cadastrados estão na delimitação. “Pela minha conta, 80% estão, do Jangurussu e do Barroso. Aí teremos de aguardar as outras confirmações de cadastros”, pontua.

Uma das pessoas que aguardam o auxílio para recuperar parte dos bens perdidos na enchente é a artesã Betiane Santos, 34, que além de eletrodomésticos, teve levado pela água o material de trabalho. “Passamos momento de terror, situação que nunca imaginei passar. A comunidade perdeu tudo. Mas o que me deixou mais triste foi perder meu estoque de linhas de crochê, pedaços de tecido, minha máquina de costura... É o meio que eu tenho de sustentar minha família, e ficou tudo boiando”, relembra.

Alojamento
Além das famílias que aguardam em casa o recebimento da ajuda financeira, outras 19 permanecem alojadas no Cuca Jangurussu, sem condições de retornar às residências, em áreas de risco. No equipamento público, os abrigados recebem alimentação e apoio de agentes da Defesa Civil, da saúde da família e de assistência social. Segundo uma moradora do São Cristóvão que preferiu não se identificar, não há previsão de voltar para casa.