Sarto Nogueira determina abertura de processo para apurar 'possíveis excessos' em confronto na José Avelino

O gestor informou ainda que as demais forças de segurança também auxiliarão nas investigações

O prefeito Sarto Nogueira determinou, na manhã desta quarta-feira (18), a abertura de um processo administrativo para apurar "possíveis excessos" na dispersão dos feirantes da José Avelino. O pedido acontece horas depois do embate entre os agentes da Guarda Municipal de Fortaleza (GMF) e o comércio ambulante no Centro da Capital, que teve troca de tiros e pedradas. 

"Informo ainda que conversei com as autoridades de segurança pública do Estado para acompanhar as investigações dos fatos ocorridos durante a operação de fiscalização nesta madrugada. Determinei  também a abertura de processo administrativo para apurar com todo rigor possíveis excessos", disse em post nas redes sociais. 

O gestor antecipou também que irá em busca de alternativas para dar uma resposta à demanda dos feirantes, que não podem expor os produtos na feira livre por conta das atuais restrições ao comércio. 

"Estabeleci prioridade máxima para, juntos, encontrarmos uma alternativa digna para os ambulantes que ocupam o entorno da rua José Avelino. Uma solução que respeite o uso e a ocupação dos espaços públicos e o decreto de isolamento social em vigor".

Comitê para dialogar com comerciantes

No começo da noite, Sarto anunciou a criação de um comitê para "dialogar com representantes de vendedores ambulantes" da área com o objetivo de "pacificar a situação e elaborar soluções conjuntas para o ordenamento urbano da área"

O interlocutor da Prefeitura no comitê será o secretário de Governo Renato Lima, atuando em conjunto com a coordenadora especial de Programas Integrados, Manuela Nogueira.

Representantes da Agefis, Sesec, Seger (Regional Centro), SDE, AMC e Iplanfor também compõem o grupo, que atuará com a mediação da Câmara Municipal.

Ordenamento

Mais cedo, o secretário municipal da Segurança Cidadã (Sesec), Coronel Holanda, afirmou que os agentes foram ao local antecipadamente para orientar e pedir a remoção das barracas em cumprimento ao decreto de enfrentamento  à Covid-19. Contudo, os ambulantes não atenderam ao apelo, o que gerou as cenas de violência. 

"As imagens são muito claras. As ruas ficaram tomadas de pedras, muitos rojões foram atirados, barras de ferro e tapumes arrancados. Foi um cenário muito triste. A gente lamenta muito, mas fica sempre à disposição em manter um canal de diálogo", disse.

Já os trabalhadores pedem diálogo durante as ações de reordenamento urbano. "Chegasse e dialogasse, e não dialoga. Só manda  a força Infelizmente, não é a intenção de feirante nenhum se manifestar de tal maneira, mas nós não temos outra opção", lamenta um feirante.

Os ambulantes denunciam que durante o confronto, um trabalhador foi baleado, precisou ser socorrido ao Instituto Dr. José Frota (IJF), mas não resistiu à gravidade dos ferimentos. A Polícia Civil confirmou que houve uma morte e informou que "investiga as circunstâncias acerca de uma ocorrência" que resultou na morte da vítima do sexo masculino.