Teve início nesta terça (3) e segue até a sexta-feira (13) a quarta fase da pesquisa sorológica para identificação do novo coronavírus entre os fortalezenses. Serão realizados 3.300 testes em 112 bairros de Fortaleza, como forma de monitorar o avanço da doença na cidade. Mondubim, com 100 exames, e Vila Velha, Barra do Ceará, Granja Portugal e Passaré, com 80 em cada, são os cinco bairros com maior número de testes, como detalha o Instituto Opnus.
São 250 agentes de saúde mobilizados para a realização dos testes com coleta de mucosa nasal, os do tipo Swab, e pelo sangue. Os profissionais com identificação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) devem realizar sorteio entre as residências e entre os moradores para a coleta do material. Caso os participantes queiram se certificar de que as equipes são oficiais, podem entrar em contato pelo telefone (85) 98972-8289.
“Esse inquérito é de extrema importância para nossa tomada de decisão, da SMS e da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), para que a gente identifique como está a circulação do vírus no município”, reforça Ana Estela Fernandes, secretária adjunta da SMS. Desse modo, é possível o controle daqueles que tiveram a doença e possuem imunidade ao novo coronavírus.
Aldira Rocha Luz, 65, participou da pesquisa sorológica na manhã desta terça-feira (3). A idosa foi contaminada pelo novo coronavírus em junho, mas ficou assintomática. "Vieram (agentes) do posto, eu aceitei, e o resultado foi positivo", lembra. A idosa foi a única da família identificada com a doença, e ressalta a relevância dos testes. “Todo mundo acha importante, quem teve também quer saber como está o seu estado de saúde”.
A aposentada Raimunda Moreira Gadelha, 78, conta que três filhos foram infectados pelo vírus, mas permaneceram isolados para evitar a propagação da doença. "Já fiz um primeiro exame e não deu, mas acho importante demais para a gente saber como está. Fica aquela dúvida para saber se eu já tive porque eu fui no interior, em Tabuleiro do Norte", pondera.
Ana Estela Fernandes reforça que a estimativa do percentual de pessoas contaminadas pela doença contribui para a assertividade das decisões públicas para atendimento dos pacientes. “A gente se prepara para um enfrentamento se, de repente, identifica uma circulação viral aumentando com ações de controle, de orientação à população, inclusive do ponto de vista assistencial”, conclui.
Também são aplicados questionários sobre a percepção de sintomas relacionados à Covid-19, condições de saúde, idade e gênero dos participantes. As amostras coletadas são analisadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza.
Fases anteriores
A primeira fase da pesquisa sorológica aconteceu entre os dias 2 e 15 de junho, a segunda no período de 13 e 20 de julho; e a terceira, com prioridade aos estudantes matriculados na rede pública e privada da Capital, em setembro. O primeiro resultado indicou que 14,2% dos participantes testaram positivo para anticorpos da doença. À época, o estudo estimou que mais de 370 mil fortalezenses desenvolveram defesa contra a Covid-19.
Carlos Roberto Martins, o Dr. Cabeto, secretário da Saúde do Ceará, anunciou que, além de Fortaleza, outros cinco municípios (Iguatu, Crateús, Icó, Sobral e Juazeiro do Norte) devem iniciar um novo inquérito sorológico para que o resultado ajude o Governo a traçar novas ações de combate e controle da doença.