Médico ajuda na escolha de seu sucessor e avalia convite do Ministério

Carlile Lavor é médico e secretário afastado

Quando convidado para compor a atual equipe de governo, o que o motivou a aceitar?
 
Foi um desafio muito grande e eu, como funcionário de carreira e médico ligado à saúde pública, não podia negar minha colaboração. Foi essa necessidade de ajudar que me levou à Sesa. O entendimento que nesse processo todo mundo pode ajudar a mudar a situação da Saúde.

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Há um convite para ocupar um cargo no Ministério da Saúde?
 
Após a minha renúncia, na segunda-feira (4), o ministro da Saúde, Arthur Chioro, que esteve no Ceará na terça-feira, mostrou interesse que eu continue colaborando com o Ministério. Eu sou um sanitarista e não tenho como recusar. Mas estou conversando porque não quero sair do Ceará. A ideia é que eu continue apoiando as ações do Ministério aqui mesmo do Estado. Mas não tem nada certo.
 
 
Outra possibilidade é o senhor continuar atuando em algum outro cargo na própria Secretaria da Saúde?
 
Eu sou funcionário de carreira da Sesa e posso continuar. Estou ajudando a escolher o novo nome e me interesso em colaborar com a saúde do Ceará. Também trabalhei na implantação da Fundação Oswaldo Cruz no Ceará que é uma iniciativa importante, e essa é uma ação do Ministério da Saúde, então também posso voltar para a Oswaldo Cruz. Vamos aguardar.
 
O senhor já havia sido secretário da Saúde entre em março de 1987 e abril de 1988, quais as diferenças entre este período e agora?
 
Vivemos uma crise, e os problemas vêm se acumulando. Hoje temos agravantes como os altos índices de acidentes de trânsito que lotam as unidades e as doenças crônicas, que devido aos atendimentos comprometidos na rede primária acabam resultando em gargalos no setor terciário. E neste momento, temos alguns agravantes, como a dengue, viroses e o sarampo, que é um problema gravíssimo que há um ano e seis meses afeta novamente o Ceará.
 
Sua passagem pela Sesa nessa gestão terá qual legado?
 
Posso apontar o compromisso que assumi de eliminação do sarampo. Acho que o grande esforço foi esse, de tentar reduzir esse índice negativo. Tivemos uma baixa de 60 casos por mês para 20 em abril.
 
Thatiany Nascimento
Repórter