Diversos grupos da sociedade civil se mobilizaram, ao fim da tarde deste sábado (30), em um protesto para relembrar as vítimas da ditadura e contra o que apontam ser um golpe em curso no País. Na manifestação, cerca de 200 cruzes pretas com rosas foram fincadas na areia do Aterro da Praia de Iracema e uma faixa com o dizer "Golpe Nunca Mais" foi erguida pelos organizadores.
De acordo com Raquel Nepomuceno, dentista e uma das organizadoras do ato, as cruzes simbolizavam as mais de 400 pessoas desaparecidas ou mortas na ditadura, enquanto as rosas vermelhas eram uma referência à questão de ser mulher. "Isso foi construído dentro do grupo que organizou o ato, de pessoas que são contra esse golpe que está acontecendo".
Entre as entidades que estiveram envolvidas, estavam Grupo Sociedade Civil, Associação 68/68, Médicos pela Democracia, Frente Popular, Frente das Mulheres pela Democracia e Fórum Cearense de Residências Multiprofissionais em Saúde, entre outras.
No ato, os participantes ainda entoaram palavras de ordem, como "Não vai ter golpe, vai ter luta" e "golpistas, fascistas, não passarão". A movimentação atraiu curiosos que passavam pelo calçadão e recebeu o apoio de carros que passavam na via, que buzinaram em consonância com o tema. Em menor quantidade, outros veículos chegaram a gritar contra a movimentação.
Ao por do sol, os manifestantes deram as mãos ao redor das cruzes, simulando uma espécie de abraço.
Manifesto
No ato, também foram recolhidas assinaturas para a cassação do mandato do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), em referência à sua fala na Câmara dos Deputados ao mencionar o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna), órgão de repressão da ditadura.