Conviver com o Alzheimer é uma realidade sofrida para pacientes e familiares; então toda conquista é celebrada. No Ceará, desde abril de 2018, pacientes têm um novo aliado para enfrentar essa doença neurodegenerativa e sem cura, através da oferta da rivastigmina, um medicamento adesivo, fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O adesivo auxilia na redução do desenvolvimento dos sintomas e possui menos efeitos colaterais.
No Estado, 31.550 adesivos de rivastigmina já foram distribuídos, beneficiando 226 pacientes, segundo dados da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). A Pasta informa que o remédio está inserido no Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, com aquisição centralizada pelo Ministério da Saúde e disponibilização nas unidades de referência dos estados.
"Foi algo que facilitou muito para o paciente. Ele coloca o adesivo, trocado a cada 24h e tolera bem", relata Danielle Pessoa Lima, médica geriatra do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) e professora do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza (Unifor). A especialista explica que a absorção cutânea reduz as sensações de náuseas, desconfortos gastrointestinais, vômitos e diarreias.
Tratamento
Em Fortaleza, a deliberação para o tratamento é realizada no HUWC, segundo Danielle Pessoa Lima. Em nota, a Sesa afirma que os pacientes podem ser cadastrados "mediante avaliação do neurologista, psiquiatra ou geriatra, exames de diagnóstico e emissão de laudo médico, prescrição médica e outros documentos exigidos pelo Ministério da Saúde (Portaria GM/MS nº 1554/2013)". Na documentação estão inseridas cópias do Cartão Nacional de Saúde, comprovante de residência e documento de identidade.
A geriatra avalia que, em até 10% dos casos, o adesivo pode causar uma leve dermatite, com vermelhidão e coceira, declara. No entanto, ela ressalta que o risco pode ser minimizado com alternância da aplicação do adesivo em diferentes pontos: tronco (costas e tórax) e deltoides (ombros).
Os efeitos positivos também são benefícios para a família, pois o paciente fica mais tranquilo e interage melhor. "Ter o seu pai conversando com você, menos confuso e sem querer sair de casa porque acha que não está na casa dele, são ganhos muito importantes", salienta a médica.
Prevenção
A geriatra fala que alguns fatores aumentam as chances de causa da doença, como o tabagismo, colesterol alto, diabetes, hipertensão. A baixa escolaridade também entra na lista já que há mais reserva cognitiva quando o cérebro é mais estimulado.
Uma das prevenções não farmacológicas mais importantes é a atividade física, principalmente aeróbica, assim como boa interação social, alimentação e a ausência de depressão, ressalta a médica.