Ainda não há previsão para a chegada dos pacientes de Manaus em acompanhamento devido à Covid-19 no Ceará. A expectativa é que, em território cearense, os transferidos sejam direcionados para quatro leitos no Hospital Universitário Walter Cantídio, unidade da Universidade Federal do Ceará (UFC). O centro hospitalar, vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), é de responsabilidade do Ministério da Educação (MEC). As decisões operacionais sobre a transferência dos pacientes é de competência do Ministério da Saúde (MS).
Os equipamentos — dois leitos femininos e dois leitos masculinos — contam com camas elétricas, filtros HEPA, (com alta eficiência na separação de partículas) além de pontos de oxigênio e de ar comprimido. Complementam a estrutura ventiladores mecânicos e material para ventilação não-invasiva. Uma equipe multidisciplinar, com profissionais da medicina, fisioterapia, psicologia e serviço social, devem oferecer suporte durante o atendimento.
O reforço é necessário durante a nova crise sanitária em Manaus, após o esgotamento de oxigênio nas unidades de saúde. Ainda na semana passada, o Ministério da Saúde convocou a Ebserh a reservar 135 vagas para a capital amazonense. Além da unidade cearense, outros oito hospitais ligados à rede devem receber os pacientes transferidos.
Rede de suporte
A rede de suporte foi criada em todo o país para receber os pacientes de Manaus com Covid-19. O Ministério da Educação, responsável pela Ebserh, liberou aproximadamente, R$ 331,7 milhões para todos os hospitais universitários da rede para o enfrentamento da Covid-19. Os recursos foram destinados à realização de compras centralizadas de materiais médicos e adequações emergenciais de infraestrutura física, visando ampliação de leitos e espaços.
Somente os centros hospitalares no Piauí, no Maranhão e em Brasília receberam os enfermos até o momento. Ao todo, são 150 leitos, 22 de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), e os demais destinados ao atendimentos de enfermaria.
Colapso em Manaus
A situação na capital do Amazonas se agravou na última quinta (14). O pesquisador Jesem Orellana, da Fiocruz-Amazônia, afirma que tem recebido vídeos, áudios e relatos telefônicos de pessoas que atuam na linha de frente de unidades de saúde com informações dramáticas.
"Estão relatando efusivamente que o oxigênio acabou em instituições como o Hospital Universitário Getúlio Vargas e serviços de pronto atendimento, como o SPA José de Jesus Lins de Albuquerque", afirma ele. "Há informações de que uma ala inteira de pacientes morreu sem ar", completa.