Pais e mães de alunos de escolas particulares de Fortaleza realizaram uma "aula de campo" em protesto contra o fechamento de escolas de Fortaleza durante o lockdown, que inicia nesta sexta-feira (5) e vai até 18 de março. Organizado pelo Movimento Escolas Abertas, o protesto teve cadeiras de colégios dispostas na Praça da Imprensa, no bairro Dionísio Torres, na tarde desta quinta-feira (4).
"Lockdown em escolas não é ciência. É crime", estampava faixa guia do protesto. O momento foi marcado por depoimentos de mães e gestores de instituições que estão insatisfeitos com as aulas remotas. As escolas retornaram ao ensino remoto desde o dia 19 de fevereiro, com o decreto do "toque de recolher", e vão permanecer.
A exceção, neste novo lockdown, será para escolas de crianças entre 0 e 3 anos, que poderão continuar com atividades presenciais. Até 18 de março, somente atividades econômicas consideradas essenciais poderão funcionar.
Rejane Souza, 56, coordenadora de uma escola particular da Capital, e presidente da União das Escolas do Ceará , acredita que as escolas podem sim funcionar neste período mais duro da pandemia. "A gente que o governo cumpra o que diz a Constituição Federal e reabra nossas escolas para que essas crianças sejam os nossos futuros pesquisadores e cientistas", defende.
"Em todas as campanhas da saúde, a escola foi a primeira a ser chamada. Então, nesse momento, nós deveríamos estar também fazendo campanhas dentro da escola, como usar álcool, ensinando as crianças se comportarem em casa, nos shoppings, nas praças. A gente ia conseguir um resultado muito maior do que o que a gente tem", avalia Rejane.
"Ciência já provou que a escola é segura"
Fernanda Araújo, médica anestesista, era uma das lideranças da manifestação e disse que apesar de entender o momento de segunda onda, sabe que é comprovado que as crianças podem estudar com segurança. "A mesma ciência que produziu a vacina já provou que escola é um ambiente seguro durante a pandemia de Covid-19", aponta.
"A gente não é negacionista da pandemia. Eu ando em hospitais diariamente. Eu sei o que está acontecendo. A escola é segura e é possível manter a escola aberta mesmo no pico de transmissão", argumenta Fernanda, que levou suas filhas para a "aula-protesto" nesta quinta-feira (4).