Fortaleza é a cidade com maior incidência de Covid-19 no País, diz Ministério da Saúde

Durante a coletiva, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, chegou a dizer que "se tivesse em Fortaleza estaria extremamente preocupado"

Fortaleza é a cidade do Brasil com maior incidência de Covid-19 por número de habitantes, segundo o Ministério da Saúde (MS). Os dados foram divulgados em coletiva de imprensa nesta terça-feira (7). A capital cearense ultrapassou mil casos da doença nesta terça, chegando a 1.053, conforme dados do IntegraSUS, plataforma digital da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).

Em todo o Estado, 40 pessoas morreram por causa do novo coronavírus, de acordo com os números atualizados na plataforma até as 17h35. 

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O coeficiente de incidência da doença, uma métrica adotada pelo MS para homogeneizar os número por cidades, padronizando o levantamento por 100 mil habitantes, é de 34,7 em Fortaleza. Índice maior do que o registrado em São Paulo, maior capital do País, que ficou com incidência de 30,6 por 100 mil habitantes.  

Durante a coletiva, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, chegou a citar Fortaleza como uma das capitais com a situação mais crítica com relação ao novo coronavírus. O ministro comentou que “se tivesse em Fortaleza estaria extremamente preocupado”, ao responder questionamento sobre a flexibilização do isolamento social proposto pelo Ministério em coletiva anterior, com relação aos locais em que o sistema de saúde não está sobrecarregado.  

“Nós somos um País de 215 milhões de habitantes. Se eu tivesse em Manaus hoje estaria extremamente preocupado, se eu tivesse em Fortaleza, extremamente preocupado. Então, a gente tem dito aqui em todas as nossas apresentações, atenção cidade tal, cidade tal, vocês são cidades que tão com os números chamando atenção do radar nacional”, disse o ministro.

Ele afirmou que não cabe ao Ministério da Saúde definir as medidas de isolamento nos Estados e cidades, mas apresentar parâmetros para que que os gestores organizem as estratégias necessárias. 

“O Ministério da Saúde nunca é quem adota o grau de rigidez. A gente olha no sistema, eles pediram “nos dê alguns critérios”. Esses critérios são importantes pra população saber, pra eles poderem divulgar esses números nas suas coletivas, pra poderem alimentar o sistema do Ministério. O SUS é um sistema capilarizado na ponta, ele acontece na cidade com o prefeito, com o governador. Não vai ser o Ministério que vai falar fecha o bar, fecha o teatro, para o ônibus, não vai no metrô. Eu posso dar pra eles critérios”, comentou. 

Sobre os dados do Ministério com relação à incidência da doença no Ceará, o titular da Sesa, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Dr. Cabeto, considera que podem revelar a transparência com que o Estado tem trabalhado com a situação.

"Estamos vendo aumento do número de casos suspeitos pois estamos elencando vários bancos de dados que antes não eram elencados, o estado do Ceará tem hoje um dos sistemas mais transparentes do Brasil. Quando você pesquisa muito, notifica muito, adensa muito o dado, esse perfil que aparentemente é pior, essa densidade por 100 mil habitantes, essa prevalência por 100 mil habitantes, não necessariamente é pior. O reconhecimento disso pode ser inclusive melhor, pode ser que a gente esteja enxergando melhor nossa curva, do que, por exemplo, no caso da Itália, que percebeu 18 mortes com poucos casos, na semana seguinte, percebeu 100, depois, 400, depois 500 mortes/dia e não viram essa curva ascender de maneira adequada e de repente foram surpreendidos com essa curva íngreme", avaliou.