Oba, Bagunça, Largadinho e Village. Quatro dos 12 blocos que comandam o Fortal 2019 foram os escolhidos para a estreia do empresário Leandro Pimenta, 38, no Corredor da Folia. Energia, ritmo e amor pelo axé o impulsionam quando a música começa a tocar. "Só de falar a adrenalina sobe e vem a sensação de felicidade", disse ele, momentos antes de entrar na Cidade Fortal. Assim como para o carioca, a micareta da Capital vira ponto de encontro não só de folião que escolhe viver essa experiência pela primeira, mas de gente que já é micareteiro de muitos anos.
É o caso dos amigos paulistas Luciana Oliveira, 44; Cláudia Mazzilli, 43, e Carlos Yoshida, 41. "Não viemos em trio, mas sim, em bando. São mais de 100 pessoas que rodam o Brasil inteiro atrás do axé", brincam. Eles articularam a vinda ao Fortal através de um grupo de WhatsApp com pessoas de todo o Brasil. Embora não tenham embarcado juntos em direção à Capital, o grupo de São Paulo, que acompanha a festa desde a época da Av. Beira-Mar, se encontrou na concentração dos blocos.
"Tenho 13 anos de Fortal, porque está no sangue. Já sinto que até criei um vínculo com a cidade por causa dessa festa", diz a farmacêutica Cláudia Mazzilli, que tem o Nordeste como segunda casa. A comerciante Luciana Oliveira cita que participa da folia quando o cantor Bell Marques ainda era do Chiclete com Banana, de quem é fã. "Aqui era considerada a terra dele, o mundo mágico do Chiclete. Então, eu vim do tempo que o Fortal era na praia e continuo vindo aqui na Cidade Fortal", lembra, constatando que ao entrar na avenida "esquece os problemas e não sente o peso da idade".
Ansioso para se debruçar sobre as atrações do Fortal, Leandro Pimenta começou a planejar a viagem a Fortaleza depois do réveillon, quando pesquisou voos e hospedagem. Os abadás foram adquiridos logo no início das vendas, ainda no primeiro lote. Em quatro dias de folia, o empresário vai acompanhar Saulo, Harmonia do Samba, Alinne Rosa e Ivete Sangalo. O fôlego para tantas atrações "vem da cervejinha, da praia e do sol do Ceará", menciona.
Se a festa agrada turistas, contagia ainda mais os foliões que moram na Capital. "É surreal a gente ter uma micareta desse porte na nossa cidade", considera o recepcionista Alisson Moura, 25, enquanto dava os primeiros passos na saída do bloco Oba, do cantor Saulo. "É sempre um momento para se distrair das tensões do dia a dia, de sentir a música pulsar no corpo, de ser feliz".
Do trio, do camarote ou da pista vestindo a camisa do bloco, os sentimentos ficam ainda mais aflorados durante as duas voltas no circuito. Para a comunicadora Andreia Nasser, 26, o carnaval fora de época é tão bom quanto o do início do ano. "O brasileiro já gosta de festa, mas nós cearenses amamos muito. Parece que estamos revivendo o mês de fevereiro, por isso, que em todos os dias a presença será garantida para prestigiar todos os artistas", destaca.