Familiares da idosa Maria José de Olivindo Vasconcelos, de 76 anos, têm dúvidas em relação ao estado de saúde da idosa após uma série de enganos e trocas com relação à identificação da mulher, internada desde o último dia 14 na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Edson Queiroz. Maria José deu entrada na Unidade após apresentar sintomas da covid-19.
Segundo a nora de Maria José, a dona de casa Patrícia Alves Almeida Vasconcelos, de 36 anos, a sogra foi levada à UPA, pelos filhos, com falta de ar. “Depois que foi atendida, ela ficou sentada na cadeira sem o menor apoio para ficar no oxigênio”. A dona de casa relata ainda que Maria José, já cansada, ficou na mesma cadeira por quatro dias. “Por vezes, ela chegou a pedir para deitar no chão”, conta.
Devido à pandemia do novo coronavírus, Patrícia conta que os familiares não podiam acompanhar a idosa e, então, decidiram acampar na frente da Unidade para obter notícias. “Em um dos dias, meu esposo pode visitá-la e notou que a etiqueta de identificação dela estava errada. O nome dela não era aquele descrito acima da cadeira dela”, diz. No momento, Patrícia acrescenta que o esposo solicitou a troca de nomes a um funcionário, mas precisou sair antes da alteração acontecer.
Já no dia 18, o marido de Patrícia recebeu a notícia que a mãe tinha entrado em coma e precisava de um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Ele foi até a UPA novamente para saber mais informações sobre o estado de saúde dela”.
Durante a visitação, “a assistente social de lá entregou um saco com roupas da minha sogra, este sem etiqueta, mas, meu marido notou outro mesmo saco com o nome dela no chão, que supostamente seria entregue para outra pessoa. O erro foi, novamente, relatado à assistente, que afirmou ser um engano, porém, não trocou a etiqueta na hora”.
Já na madrugada do dia 19, o filho da idosa e marido de Patrícia recebeu uma ligação da assistente social. “Pediram para a família comparecer à UPA, mas não disseram detalhes sobre o assunto. Todo mundo já pensava que o pior tinha acontecido”.
Contudo, ao chegarem ao local, Patrícia conta que a assistente social afirmou que houve um engano. “Pediram desculpa e falaram que tinha falecido uma senhora com nome semelhante ao da minha sogra”, relata, afirmando ainda que a família começou a ficar em “pânico com tantos erros de identificação”.
A familiar comenta que os parentes não puderam mais ver Maria José, apenas têm informações, atualizadas uma vez ao dia, desde a passagem da idosa para o estado de coma. “Pedimos um laudo para dar entrada no pedido de UTI e demoraram dias. Só ontem (20) conseguimos, com muita dificuldade”, revela Patrícia.
Dúvidas
Diante de todas as trocas, familiares têm dúvidas sobre o verdadeiro estado de saúde de Maria José. “É indignante o descaso. Agora, estamos todos pensando se erraram também na medicação. Erraram em mais o que? Como temos prova disso? Não vimos mais ela, nem foto pode tirar para nos confortar em um momento desses”, lamenta a nora da paciente.
Solicitada, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) comunicou, em nota, que os familiares da paciente Maria José Olivindo estão “recebendo atualizações constantes sobre o quadro clínico da paciente, que está internada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada no bairro Edson Queiroz”.
A SMS confirmou ainda que o responsável pela idosa, recebeu pessoalmente o boletim médico, na quarta-feira (20.05). “Ressaltamos que desde a sua entrada na unidade, não houve nenhuma internação de paciente com nome igual ou semelhante. Os contatos realizados abordam exclusivamente sobre a paciente em questão. Não havendo assim, por parte da unidade, ligações sobre outros pacientes”, diz a nota.
Por fim, a pasta municipal disse que, em razão da Pandemia, a “Secretaria Municipal da Saúde (SMS) tem ampliado seu número de leitos para receber pacientes vítimas da Covid-19. Cinco das seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) municipais, receberam em seus prédios anexos, 170 novos leitos. Em toda a rede municipal, nos últimos dois meses, já foram entregues cerca de 650 novos leitos para atendimento de pacientes de baixa a alta complexidade”.