Doses da vacina pentavalente estão em falta nos postos da Capital

O Ministério da Saúde explicou que a última remessa foi enviada ao Ceará, em outubro, com 31 mil doses para o Ceará

A vacina pentavalente está em falta em postos de saúde de Fortaleza. Há várias semanas, quem vai às unidades públicas de saúde em busca de imunização para recém-nascidos volta sem a dose que protege contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e a bactéria haemophilus influenza tipo B. Confor o Calendário Nacional de Vacinação a dose é obrigatório para os bebês. 

O filho de Júlia (nome fictício) completou dois meses de vida em novembro e, como não conseguiu vacinar a criança na rede pública, por falta da vacina pentavalente, deicidiu investir R$ 300 para imunizar o bebê. Ao procurar um posto de saúde do bairro José Walter, a mãe descobriu que a medicação estava em falta no Estado. "As pessoas do posto me pediam para voltar na semana seguinte, mas eu quando voltava já não tinha mais vacina e, assim, começou a saga de uma mãe querendo proteger o bebê", conta. 

Júlia evitou sair de casa e ter contato físico com multidões até conseguir pagar a vacina. "A gente não tem dinheiro, mas conseguimos colocar no cartão. O calendário de vacinas dele está todo alterado, mas deixamos marcado a segunda dose para fevereiro. Tenho receio de ainda não ter chegado", afirma. 

O Ministério da Saúde explicou que a última remessa foi enviada ao Ceará, em outubro, com 31 mil doses. Já no último mês, não foi possível realizar a entrega, pois a carga que chegou ao Brasil está aguardando parecer da  Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS),  para posterior liberação da Anvisa.

A pediatra Vanuza Chagas alerta que a pentavalente faz parte do calendário básico das crianças desde os dois meses de idade. "É nessa faixa etária que elas estão mais vulneráveis a contrair essas doenças. É importante não atrasar". A vacina pentavalente é a combinação de cinco vacinas individuais em uma.

As crianças devem tomar três doses da vacina: aos 2, aos 4 e aos 6 meses de vida. Desde 2012, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, oferta a vacina pentavalente na rotina do Calendário Nacional de Vacinação.

Sem as vacinas na rede pública, a pediatra Vanuza Chagas orienta que os pais procurem clínicas particulares, o preço da hexavalente, em média, varia entre R$ 250 e R$ 270. Além disso, as crianças que estão com a vacina em atraso devem evitar contato com multidões, locais como aeroportos, shoppings e outros ambientes fechados. 

Vacinas
A remessa de vacina pentavalente, adquirida por intermédio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), foi reprovada em teste de qualidade feitos pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) e análise do Ministério da Saúde, ressaltou o órgão em nota. Dessa forma, as compras com o antigo fornecedor, a indiana Biologicals E. Limited, foram interrompidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que pré-qualifica os laboratórios.

Além disso, a pasta solicitou a reposição do fornecimento à OPAS. No entanto, não há disponibilidade imediata da vacina pentavalente no mundo e ela não é fabricada no Brasil. A previsão era para agosto, mas ainda não há vacinas no Ceará. 

"Quando os estoques forem normalizados, o Sistema Único de Saúde fará busca ativa pelas crianças que completaram dois, quatro ou seis meses de idade, entre os meses de agosto e novembro, para vaciná-las", ressaltou o Ministério da Saúde.