Em alusão ao dia 4 de novembro, quando se celebra o Dia da Favela, a Central Única das Favelas (CUFA) promove a reflexão sobre os problemas existentes nesses territórios, como os históricos de descaso e a negligência demandados a esses lugares e seus moradores. A programação em todo o país contará com debates, palestras e shows.
No Ceará, as ações incluem, além da programação nacional, um encontro de grafiteiros, no qual os artistas irão pintar seus rostos em um corredor de casas do Barroso II, para simbolizar os cuidados com a Covid-19, por meio de pinturas, retratando os rostos dos moradores com máscaras. O local também receberá jogos de tabuleiros. Essa ação será realizada em parceria com o Grupo Edson Queiroz, que doou as tintas para a realização do ato.
Homenageado
O homenageado da 16ª edição do Dia da Favela será o sambista Arlindo Cruz, que sempre poetizou a favela em suas letras, sem se esquecer do lugar de onde veio, marcando suas composições.
“A gente não deve comemorar a existência das favelas, mas deve, sim, celebrar as mais diversas manifestações culturais, artísticas, sociais, de honestidade, de solidariedade que existem e são marca dessas pessoas que vivem nesses lugares. Isso, sim, precisa ser celebrado e festejado. A ideia é comemorar a resiliência, a força, a autenticidade, e a agenda positiva tão presente nesses territórios”, explicou Nega Gizza, rapper, produtora de eventos em favelas e fundadora da CUFA.
A data 4 de novembro foi escolhida por ter sido nesse dia que o termo favela apareceu pela primeira vez em um documento oficial. Foi no Rio de Janeiro, em 1900, e redigido pelo então delegado da 10ª Circunscrição e pelo chefe da Polícia da época, Dr. Enéas Galvão, que se referiu ao Morro da Providência como favela, onde moravam os favelados, destacando o território como um lugar sujo, de gente imoral, entre outros adjetivos negativos. Hoje a Providência é considerada a primeira favela do Brasil.