Apesar de a eficácia da cloroquina e seus derivados não ser atestada cientificamente no tratamento de pacientes com a Covid-19, a utilização do medicamento tem extrapolado a esfera da Ciência e gerado embates políticos. No Ceará, o partido Podemos impetrou mandado de segurança contra o Estado para que a Justiça determine que o Poder Executivo adote o uso rotineiro do fármaco, seguindo o protocolo do Ministério da Saúde, no tratamento de sintomas iniciais de pacientes com suspeita ou confirmação da infecção pelo novo coronavírus. A Secretaria da Saúde (Sesa), por sua vez, editou uma nota técnica afirmando que não recomenda o uso da substância de forma rotineira, deixando a critério do médico avaliar caso a caso e prescrever o medicamento.
Estudos
Vale ressaltar que a nota técnica da Sesa foi modificada após um estudo da revista científica The Lancet, uma das mais conceituadas do mundo, apontar que a utilização desses fármacos poderia causar maior risco de arritmias cardíacas e de óbitos, especialmente quando a hidroxicloroquina for utilizada em combinação com a azitromicina. A análise foi realizada com 14.888 pacientes em 671 hospitais do mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS), inclusive, suspendeu testes clínicos com a substância em pacientes acometidos pela doença por segurança.
Sem politicagem
O Podemos alega que os medicamentos são alternativas possíveis para o tratamento da doença e cita o protocolo adotado pelo Ministério da Saúde e uma hipótese apresentada pelo Instituto Superior da Itália de que “usar a cloroquina contra o coronavírus foi baseada em uma análise que mostrou um efeito antiviral de amplo espectro, bem como a medicação já havia se mostrado eficiente no tratamento da SARS em 2003.2”. Diante da falta de consenso, porém, é preciso ter cuidado ao arraigar-se a um ou outro estudo apenas. O partido cita, ainda, que o uso dos fármacos tem sido aplicado por rede de hospitais particulares no Ceará, com o consentimento dos pacientes, e propõe algo semelhante. Enquanto o mundo inteiro ainda busca uma solução contra a Covid-19, uma coisa é certa e precisa ser defendida: o debate político não pode se sobrepor à Ciência.
Impessoalidade
O ano é eleitoral e mais uma vez voltamos a falar da importância da impessoalidade na entrega de benefícios sociais. Já virou rotineira a quantidade de recomendações que o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) tem emitido a agentes públicos de municípios do interior. A “chamada de atenção”, desta vez, foi para os municípios de Aratuba, Capistrano e Itapiúna, para que os agentes públicos dessas cidades respeitem o princípio da impessoalidade na distribuição do ‘Vale Gás’ às famílias mais vulneráveis. O benefício é concedido pelo Governo do Estado a famílias em situação de vulnerabilidade social, durante a pandemia do coronavírus. Os vales são enviados às prefeituras cearenses, responsáveis por fazer a distribuição aos moradores.
Orientações
O MPCE orienta que as gestões obedeçam o decreto estadual na logística de entrega dos botijões. O decreto estabelece que os produtos sejam entregues nas residências das famílias beneficiadas pela distribuidora contratada e empresas por ela credenciadas, não devendo a entrega ser realizada por servidores municipais ou com a participação direta de gestores do município. Ou seja, nada de tentar fazer alguma promoção política na entrega do benefício.
Aniversário
Para celebrar os cinco anos de reabertura do Cineteatro São Luiz, o equipamento está com uma programação virtual. São os projetos “Visita Guiada online com vídeos em 360º” e “São Luiz Itinerante”. Para conferir um desses projetos, basta acessar o site do São Luiz (cineteatrosaoluiz.com.br) e mergulhar na história desse maravilhoso equipamento. Hoje é feriado em Fortaleza. Que tal aproveitar o dia e conferir os projetos?