O calor já faz parte do dia a dia do fortalezense. Porém, no mês passado, a sensação térmica foi agravada. Agosto de 2021 – mais especificamente o dia 14 – registrou a maior temperatura (34,1°C) para o mês em Fortaleza desde 2003.
Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), essa temperatura foi a mais alta anotada na Capital desde a instalação da estação meteorológica automática, há 18 anos.
Com isso, superou a média climatológica para agosto (30,8°C), bem como a média de todo o ano passado (33,7°C). Em agosto de 2020, a maior temperatura (33°C) foi verificada no dia 31.
Embora considere o recente registro “bem atípico” para os “padrões quentes de agosto”, a meteorologista do Inmet, Morgana Almeida, reforça que as chuvas costumam ser mais escassas nos meses de agosto, setembro e outubro. E, com a aproximação do verão, é normal o aumento da temperatura.
Segundo Morgana, o calor deve se manter na Capital cearense até o início das primeiras chuvas. As maiores precipitações são vistas durante a quadra chuvosa, que abrange os meses de fevereiro, março, abril e maio.
“A nebulosidade diminui essa quantidade de radiação que incide sobre a Capital e as temperaturas ficam relativamente mais” brandas, acrescenta.
Atenção à qualidade do ar
A meteorologista alerta que, no interior do Ceará, as temperaturas estão atingindo patamares ainda maiores do que Fortaleza, sobretudo no Cariri e na região Sul do Estado, onde os termômetros chegam a marcar até 37°C. Por isso, mais que na Capital, onde há ventos fortes, a população deve ficar atenta não somente às temperaturas elevadas, como também à qualidade do ar.
“Na região de Morada Nova, além das temperaturas acima dos 36°, a umidade relativa do ar está bem baixa. No período da tarde, chega a ficar abaixo dos 20%, o que é uma condição mais crítica, a população se sente mais cansada. Então, é preciso que os idosos e crianças reforcem a questão da hidratação e não se expor [ao sol] nos horários mais quentes”, diz, orientando a população a acompanhar os avisos meteorológicos emitidos diariamente pelo Inmet.
Ondas de calor
Médico cardiologista, Jaime Pessoa reafirma que o segundo semestre costuma trazer as chamadas ondas de calor, capazes de causar problemas de saúde.
Segundo o médico, estudos científicos associam o aumento da temperatura ao surgimento ou agravamento de doenças cardiovasculares.
Pacientes idosos ou com algum problema no coração devem redobrar a atenção para evitar internações por causa vascular ou até desfechos desfavoráveis.
“O organismo se adapta a esse aumento da temperatura através da vasodilatação dos vasos periféricos e isso pode ocasionar, por exemplo, o aumento do trabalho cardíaco, com o aumento da sua contratilidade, e o aumento da frequência cardíaca”.
Jaime Pessoa garante que atitudes “simples e de baixo custo” podem ajudar a evitar problemas cardiovasculares neste período. São estas:
- Aumento da hidratação, com maior ingestão de líquidos e de água;
- Uso de roupas mais leves e mais claras;
- Evitar fazer exercício físico extenuante entre 10h da manhã e 3h da tarde;
- Evitar o uso excessivo de álcool.
Cuidados com a pele
Neste período mais quente do ano, a população não pode descuidar da hidratação, tampouco esquecer os cuidados com a pele, endossa a dermatologista Hercília Queiroz.
Além da ingestão abundante de água, a médica recomenda a hidratação diária da pele. E, de preferência à noite, nos primeiros cinco minutos após o banho, quando há uma melhor absorção do hidratante.
Durante o banho, prefira sabonetes mais suaves, neutros ou mais hidratantes. As orientações você pode buscar com o pediatra ou o médico dermatologista”
Outro aliado contra os efeitos das altas temperaturas e que não deve ser esquecido, reforça Hercília Queiroz, é o filtro solar.
"Se há transpiração excessiva ou imersão em água, o filtro deve ser reaplicado a cada duas horas. Mas, se for no dia a dia, recomenda-se que o filtro solar específico para o seu tipo de pele seja aplicado, pelo menos, de manhã, antes de sair de casa, e reaplicado ao meio-dia".