"Os racistas seguem indo aos estádios e assistindo ao maior clube do mundo de perto, e a LaLiga segue sem fazer nada. Seguirei de cabeça erguida e comemorando minhas vitórias e do Real Madrid. No final, a culpa não é minha", escreveu o jovem de 22 anos em publicação na sua página oficial do Instagram, neste sábado.
Vinicius Junior foi substituído nos minutos finais do segundo tempo e saiu pelo lado do campo. Como o banco de reservas estava na outra lateral, precisou caminhar no gramado para chegar ao local e, logo no início dos trajeto, começou a ouvir o barulho que vinha da arquibancada.
Quando passava por trás da área defendida pelo companheiro Courtois, viu Benzema marcar o segundo gol merengue e vibrou virado para a torcida do Valladolid. A partir daí, as ofensas ficaram ainda mais fortes. O vídeo também mostra o brasileiro chutando um de muitos objetos atirados nele pelos torcedores.
RECORRENTE
A lista de ataques racistas a um dos principais jogadores brasileiros da atualidade é extensa. Até durante a Copa do Mundo ele foi atacado. Momentos após a eliminação do Brasil no Catar, o jogador Ivan Alejo, do Cádiz, da Espanha, usou emojis de dança e de macacos para comentar sobre o resultado do duelo entre brasileiros e croatas. Alejo apagou o tweet.
Em setembro deste ano, Pedro Bravo, presidente da associação de empresários de jogadores da Espanha, disse em uma emissora de TV que o atacante brasileiro tinha que parar de "fazer macaquice" em campo. A fala despertou indignação e aumentou o debate sobre racismo na Espanha. Alguns dias após o acontecido, durante um clássico entre Atlético de Madrid e Real Madrid pela rodada do Campeonato Espanhol, Vini Jr. foi hostilizado pela torcida do Atlético durante quase toda a partida.
Recentemente, o Ministério Público de Madrid decidiu arquivar a denúncia contra os xingamentos racistas contra o brasileiro durante o clássico entre as equipes da capital por terem acontecido em um "contexto de máxima rivalidade" e por terem "durado poucos segundos".
LA LIGA E VALLADOLID SE PRONUNCIAM
Após criticar à LaLiga por supostamente fazer "vista grossa" em casos de racismo, o brasileiro Vinícius Júnior recebeu uma resposta do presidente da entidade, Javier Tebas, via redes sociais. O dirigente reprovou a conduta do atacante do Real Madrid e prometeu trabalhar para evitar novas injúrias raciais em jogos do Campeonato Espanhol.
"A LaLiga combate o racismo há anos. Vini Jr é injusto e não é verdade publicar que a LaLiga não faz nada contra o racismo. Se informe melhor. Estamos à sua disposição para que TODOS JUNTOS, possamos caminhar na mesma direção", afirmou o dirigente.
Após o pronunciamento da LaLiga sobre o caso de racismo envolvendo o atacante Vinícius Júnior, do Real Madrid, o Valladolid emitiu uma nota oficial para se posicionar, afirmou que não há espaço para injúrias raciais no futebol e se colocou à disposição para ajudar na investigação na busca pelos culpados O brasileiro ouviu gritos de "macaco" e "negro de m..." após ser substituído na vitória por 2 a 0 do time merengue sobre o Valladolid no Campeonato Espanhol.
"Em linha com o comunicado emitido pela LaLiga devido aos incidentes isolados ocorridos em Zorrilla na partida entre Real Valladolid e Real Madrid envolvendo Vinícius Júnior, a entidade blanquivioleta quer destacar que condena absolutamente qualquer forma de racismo e lamenta muito o ocorrido. O clube está, obviamente, disposto a colaborar com a LaLiga para realizar as investigações pertinentes e se reserva o direito de tomar medidas disciplinares caso haja assinantes envolvidos nos incidentes", disse o Valladolid em nota.