Treinador do Fortaleza feminino quer usar experiência na Seleção Brasileira para buscar acesso

Aos 39 anos, Guilherme Giudice comanda as Leoas na Série A2

Guilherme Giudice e o Fortaleza vibram na mesma sintonia: de recomeço. Em abril, o técnico assumiu o desafio de treinar um time do Nordeste pela primeira vez. Enquanto as Leoas, após troca de comando, iniciaram a caminhada em busca do sonhado acesso para elite do futebol nacional em 2023. Ele avalia o trabalho já realizado, ressalta a experiência na seleção brasileira feminina e relembra aprendizado com a comissão de Tite. A equipe faz jogo decisivo contra o América-MG no próximo domingo (16).

“Eu estava na minha cidade natal, recém-recuperado do tratamento que passei. E recebi o convite do Fortaleza, um clube que está super organizado, tem demonstrado isso principalmente no futebol masculino, disputando a Série A. Me atraiu o que o clube tem passado para o Brasil e até mesmo para a América do Sul. A cada ano mostra melhores resultados, e tem um projeto no futebol feminino muito bom, que me atraiu bastante. Conversando com os diretores, não foi uma decisão difícil de tomar. Rapidamente acertamos a minha vinda para cá”, relembrou o técnico. 

A chegada ao clube ocorreu no início de abril, cerca de duas semanas antes da estreia no Brasileiro A2, após a saída de Débora Ventura. O primeiro jogo à beira do campo no comando das Leoas ocorreu em 16 de abril, diante do JC. 

Giudice ganhou destaque sido chamado para integrar a comissão técnica da seleção feminina principal, comandada pela técnica Emily Lima, em 2016. Ele ressalta a importância dessa experiência.

“Todo mundo que trabalha com futebol quer chegar na seleção brasileira. Tive a oportunidade quando ainda era treinador das categorias de base do futebol masculino, no sub-20. Apesar de ser a seleção, o ponto máximo, foi meu primeiro trabalho com futebol feminino. Pude conhecer olhando de cima. Isso foi importante para eu aprender e conhecer muito. A Emilly, já muito experiente, tinha uma comissão técnica que já era experiente também no futebol feminino”, relembrou. 

“E dentro da CBF, para o meu crescimento, foi muito importante trabalhar lado a lado da comissão técnica do Tite. A nossa sala ficava próxima a da comissão técnica do Tite. Já estavam se preparando para a Copa do Mundo, a equipe de análise… Pude viver futebol 24 horas por dia e com os principais nomes do futebol brasileiro”, concluiu.

Histórico

Natural de São José dos Campos (SP), o treinador enfrentou mais um tratamento de câncer, desta vez no mediastino, pouco antes de aceitar a proposta para treinar o Fortaleza. Ele já havia sido diagnosticado com a doença outras quatro vezes (retroperitônio, diafragma, pulmões e no pescoço). Recuperado, optou pelo desafio de assumir o time feminino do tricolor. 

“Pensando em recomeço, a minha ideia era ficar mais próximo de casa. Principalmente depois desse tratamento que é difícil. Mas a vinda para cá foi bem atrativa e me fez repensar tudo isso. Foi tempo suficiente para eu conhecer a equipe, as atletas e, aos poucos, ir colocando a minha ideia de jogo. Claro que isso tem acontecido ao longo da competição. Nosso objetivo é classificar em primeiro”, disse o treinador.

FOCO NO ACESSO

Há dois meses na capital, a adaptação tem ocorrido da melhor forma possível. A esposa visita quando pode, a filha virá nas férias de julho. Enquanto isso, o treinador desenvolve o trabalho à frente das Leoas. A equipe fechou a fase de grupos na liderança do Grupo B, com 17 pontos. Ao todo, cinco vitórias e um empate nessa etapa. Giudice fala da parceria com Igor Cearense, técnico do sub-20 do Fortaleza, e cita chegada de novas contratações.

“Ele me auxilia nos treinamentos da equipe adulta. Quando tenho disponibilidade, vejo as meninas treinarem. E muitas delas já têm sido aproveitadas na categoria principal. São dois pontos: esse trabalho em conjunto com a categoria de base. Eu vim das categorias de base, trabalhei por 10 anos na masculina. Enquanto treinador do Santos, tive esse olhar para promover atletas à equipe adulta. Pensando no crescimento do Fortaleza, precisa esse olhar para a base, mas também pensar em trazer grandes nomes, contratações mais de peso, jogadoras já formadas, para reforçar a nossa equipe. Principalmente pensando em acesso e, num eventual acesso, poder disputar a Série A1 do Brasileiro. A gente precisa melhorar o nível da equipe com jogadoras já prontas”, declarou.

JOGO DECISIVO

Após conquistar o primeiro passo, a liderança do Grupo B, as Leoas avançaram para as quartas de final. O Fortaleza encarou o América e sofreu a primeira derrota na competição, no último sábado. O time mineiro venceu por 2 a 1. O jogo da volta será neste domingo (11), no CT Ribamar Bezerra, às 15h (de Brasília). 

"Difícil tomar uma virada no fim do jogo. A gente sabia que aqui o América viria para cima. A gente tentou suportar ao máximo. Em jogadas individuais, falhas individuais, a gente acabou sofrendo o gol e trouxe o adversário um pouco mais para cima. Mas sabemos que não tem nada perdido ainda. A diferença é de um gol, a gente tem um jogo em casa. É importante se preparar bem para a gente ir pra essa final agora", ressaltou Guilherme.

No currículo, a conquista da Copa Paulista de 2020 no comando do Santos e passagem pelo São José. Além de reforços para o time, Giudice deixou escapar que pretende seguir na equipe no próximo ano. 

“Vim com essa ideia, de vir para cá, trabalhar para que o Fortaleza consiga esse acesso para a Série A1 e depois permanecer e disputar a Série A1 no Fortaleza”.

PASSAGEM PELA SELEÇÃO

Giudice ganhou destaque e foi chamado para integrar a comissão técnica da seleção feminina principal, comandada pela técnica Emily Lima, em 2016. Ele ressalta a importância dessa experiência.

“Todo mundo que trabalha com futebol quer chegar na seleção brasileira. Tive a oportunidade quando ainda era treinador das categorias de base do futebol masculino, no sub-20. Apesar de ser a seleção, o ponto máximo, foi meu primeiro trabalho com futebol feminino. Pude conhecer olhando de cima. Isso foi importante para eu aprender e conhecer muito. A Emilly, já muito experiente, tinha uma comissão técnica que já era experiente também no futebol feminino”, relembrou. 

“E dentro da CBF, para o meu crescimento, foi muito importante trabalhar lado a lado da comissão técnica do Tite. A nossa sala ficava próxima a da comissão técnica do Tite. Já estavam se preparando para a Copa do Mundo, a equipe de análise… Pude viver futebol 24 horas por dia e com os principais nomes do futebol brasileiro”, concluiu.