A diretoria do Ceará firmou um acordo com o Palmeiras para receber parte da venda do atacante Arthur Cabral, resolvendo um imbróglio entre os clubes desde 2022. Na época, o centroavante foi vendido pelo Basel-SUI para a Fiorentina-ITA, em operação que renderia receita ao Vovô, mas o montante não foi repassado pelo time paulista. A informação foi divulgada pelo Canal do Vozão e confirmada pelo Diário do Nordeste.
Na reclamação formal junto da Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), a gestão alvinegra cobrou 1,35 milhão de euros (cerca de R$ 6,8 milhões na conversão da época), que necessitaria de um julgamento, sem garantia de vitória judicial. O Diário do Nordeste apurou que os clubes então fecharam o pagamento de uma quantia inferior.
O valor não foi revelado pela cúpula alvinegra, mas é considerado positivo e importante no atual momento, além de apresentar garantia de recebimento - o que não existiu no processo judicial, que poderia resultar em uma derrota no tribunal ou mesmo um julgamento com muitos anos de duração. Assim, o Verdão fará o pagamento até o fim de 2023, utilizando parte do ganho na venda do atacante Endrick ao Real Madrid.
Em defesa, o Palmeiras justificou a ausência do repasse pois se desfez da cláusula de Mais-Valia junto do Basel-SUI antes da venda ao Fiorentina-ITA - logo, o Verdão também não receberia nenhum valor na transação. O clube estava no centro da operação pois comprou o atleta do Vovô em 2018 e depois o revendeu para o futebol suíço, realizando uma negociação direta sem envolver o Ceará.
RECEITAS DO CEARÁ COM ARTHUR CABRAL
- 2018 - Venda ao Palmeiras: R$ 5,5 mi (repassou R$ 2 milhões aos empresários).
- 2020 - Venda ao Basel-SUI: R$ 13,3 mi (repassou 30% ao Taboão da Serra-SP).
- 2023 - Venda ao Fiorentina-ITA: valor inferior a R$ 6,8 mi (recebeu repasse do Palmeiras).
- Mecanismo de solidariedade: 2,6% de cada venda envolvendo o atacante.
Entenda a reclamação inicial do Ceará
A tese do Ceará teve início na venda de Arthur ao Palmeiras, quando dividiram 50% dos direitos econômicos do atacante. Assim, quando o time alviverde vendeu o atleta para o Basel-SUI, ambos repartiram o total, gerando R$ 13,3 mi para cada equipe - o Vovô deu uma parte ao Taboão da Serra-SP.
Na negociação com o Basel-SUI, a diretoria do Palmeiras acordou uma cláusula de “Mais Valia”, taxa que é calculada sobre o lucro do time suíço em uma futura venda, de 30%. Como Arthur foi comprado inicialmente por € 4,4 mi, então a taxa de “Mais Valia” na venda para a Fiorentina é de € 10,6 mi - o time italiano investiu € 15 mi no total.
Na conversão, chegamos ao total de R$ 58 milhões, sendo a parte do Palmeiras avaliada em R$ 17,4 mi (aqueles 30%). O Ceará acreditava na manutenção da mesma divisão igualitária do início, o que lhe garante metade dessa receita (por isso, R$ 8,7 milhões). Como não existiu mais a 'Mais Valia' em contrato, o processo ficou interrompido. Deste modo, o Vovô acionou a CNRD e abriu uma reclamação formal contra o Verdão - em imbróglio já resolvido.