Diretor Jurídico do Ceará, Fred Bandeira esteve em reunião com o Presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Seneme, nesta quinta-feira (10), na sede da entidade, no Rio de Janeiro. Em entrevista ao Jogada 1º Tempo, o dirigente explicou que recebeu áudios e vídeos do lance em que o árbitro marca toque de mão de Guilherme Bissoli e anula o gol do jogador sem verificar no VAR.
Antes, ele tinha validado a jogada. O lance ocorreu no duelo contra o Guarani, pela 21ª rodada do Brasileiro. O diretor revelou ainda que o árbitro perguntou ao jogador, na saída do campo, se ele havia tocado na bola.
“Nos apresentou os áudios, bem como as imagens do próprio VAR. Não só as televisivas. Na concepção deles, dos árbitros, realmente teve um toque de bola do Bissoli. Coisa que nós não vimos. Foi opinião minha e do presidente do João Paulo. Volto a afirmar que é uma questão meramente subjetiva. Deveria pelo menos o árbitro ter verificado o lance”, contestou Bandeira.
Ao fim da reunião, a comitiva do Alvinegro recebeu o material em áudio e vídeo que mostra a conversa entre o árbitro de campo e do VAR. O clube, no entanto, mantém a decisão de apresentar notícia de infração contra o árbitro ao STJD, com foco no artigo 259 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que pode punir Dyorgines Padovani com suspensão e multa pecuniária.
“Ao nosso ver, ele não cumpriu o papel dele, como árbitro, em verificar o VAR. Ele simplesmente tomou a decisão com os áudios enviados ao mesmo. Em contrário, inclusive, ao que tem na regra do jogo que fala que, questões subjetivas, que é o caso, que é apropriado - não obrigatório - que ele vá fazer revisão em campo”, explicou o diretor.
Fred Bandeira ainda revelou que o árbitro chegou a perguntar ao atacante, no intervalo da partida, se a mão dele havia tocado na bola durante o lance do gol. Ceará e Guarani ficaram no empate sem gols.
“Ao final do 1T, para a nossa surpresa, ele perguntou ao jogador Bissoli se a bola tocou na mão. Se o árbitro teve a dúvida, mesmo com a informação do VAR, deveria ter verificado. É um absurdo. É um lance tão polêmico, difícil, que no começo do áudio o próprio árbitro do VAR fala "não foi mão!". Demorou muito a análise. Uma decisão que, na concepção deles, é um toque muito sutil. Era pelo menos, por obrigação, ter verificado (O VAR). O próprio Seneme falou que esse lance servirá em preleções com a arbitragem para dizer que realmente, com um lance desses difícil, que se vá realmente ao VAR. Ele concorda com a nossa ponderação”, explicou o diretor jurídico do Alvinegro.
O clube não pretende acionar o árbitro de vídeo e nem quer a anulação da partida. No entanto, busca punição contra o árbitro da partida.
“O Ceará não tem intenção alguma de pedir anulação da partida. Agora a gente quer punir quem foi o culpado. A gente foi prejudicado e não podemos aceitar, acatar situações que causam prejuízos. A gente vai, sim, ofertar essa infração contra o árbitro da partida e aí o STJD decide se denuncia ou não”, finalizou.