A praia de Pântano do Sul, na cidade de Florianópolis (SC), foi classificada como a maior em índices de poluição por macrorresíduos, macroplásticos e microplásticos no Brasil, segundo pesquisa feita pela ONG Sea Shepherd Brasil.
O estudo, realizado em parceria com o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), é considerado a maior pesquisa sobre resíduos marinhos no Brasil. Ao todo, 306 praias foram analisadas, em um método que considerou a densidade dos resíduos por área, na busca por aprimorar os resultados.
No fim das análises, cerca de 16 mil fragmentos de microplástico e 72 mil macrorresíduos foram encontrados nas areias e mares brasileiros, o que significa que 100% das praias do País possuem esses resíduos.
Além de Pântano do Sul, a praia do Rizzo, também em Florianópolis, aparece como a terceira mais poluída por microplásticos, precedida apenas pela Praia do Centro, em Mongaguá, em São Paulo.
Apenas 10 das 306 praias analisadas não apresentaram microplástico: Farol de São Tomé (RJ), Ilha de Maracá (AP), Ilha do Atim (MA), Praia da Ponta das Gaivotas (BA), Praia das Pedrinhas (RJ), Praia de Atalaia (BA), Praia de Cações (BA), Praia do Amor (MA), Praia do Coqueiral (ES) e Praia do Martins (ES).
A expedição percorreu 201 municípios brasileiros ao longo de 16 meses. Para Nathalie Gil, presidente da Sea Shepherd Brasil, os resultados da pesquisa servirão de alerta para as cidades encontrarem maneiras de frear esse rastro de poluição.
“Pretendemos que os resultados do projeto não somente choquem, mas provoquem a ação: trazendo o anseio de gerar muitas ondas em relação à pressão por políticas públicas e sensibilização do brasileiro sobre o plástico em seu dia a dia”, afirmou.
Todos os resultados estão disponíveis em um relatório publicado pela ONG na última quinta-feira (19). Parte dessa pesquisa também está disponível em um mapa interativo que detalha a quantidade de resíduos e plásticos espalhados nas praias brasileiras.