A menor espécie de tamanduá do mundo foi enviada ao Zooparque Itatiba, no interior de São Paulo, na última segunda-feira (7). Segundo o zoológico, atualmente, o Yoyo é o único de sua espécie que está sob cuidados humanos no planeta. As informações são do G1.
Ele foi levado a Itatiba pelo Instituto Tamanduá, no Piauí, após ter sido resgatado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em estado de extrema magreza e com sinais de falta de vitaminas no organismo
“O animal estava debilitado e provavelmente havia sido retirado da natureza, mas quem o retirou não imaginava que cuidar de um tamanduaí seria tão difícil. O manejo inadequado deixou o animal extremamente magro e com um quadro severo de hipovitaminose e desidratação”, disse o zoológico em nota.
Transporte do animal
O mamífero saiu de carro de Parnaíba (PI) até Jericoacoara (CE), onde pegou um voo realizado pela unidade de soluções logísticas da GOL Linhas Aéreas (GOLLOG). Como o transporte da espécie nunca tinha sido realizado por avião, foi produzida uma caixa de madeira compatível com o seu tamanho e espécie, produzida especialmente para o seu deslocamento.
Ele foi encaminhado ao Zooparque por ter se habituado à presença humana, comportamento que não é ideal em uma situação de vida livre. Yoyo ganhou um recinto na área de “maternidade” do zoológico, onde os visitantes podem observar o animal e aprender um pouco sobre a espécie.
“Ter ele sob nossos cuidados é o primeiro passo para o projeto de conservação da espécie, além de poder aprender mais sobre a biologia e ecologia do animal, o próximo passo agora é conseguir uma fêmea para ele e desta forma termos sucesso na reprodução, para que possamos ter uma população viável para reintrodução na natureza”, conta o zoo.
A especie
O bichinho pertence ao grupo tamanduaí (Cyclopes didactylus),também conhecido como tamanduazinho ou tamanduá-seda. De acordo com especialistas, os animais dessa espécie não ultrapassam 400 gramas, e Yoyo está com 285 gramas, um peso considerado ideal. Para isso, foi desenvolvido um manejo e dieta específica para ele.
Entre as espécies vivas de tamanduá, o Cyclopes didactylus é o menor representante, com um tamanho médio de 36 a 45 cm. Como tem hábito solitário, noturno e arborícola, descendo próximo ao solo somente em ocasiões raras, o contato com humanos é muito limitado, fato que torna a espécie pouco conhecida e difícil de ser estudada na natureza.
Sua pelagem é curta, densa e macia, variando do cinza ao amarelado, com um brilho prateado. É comum em subespécies a presença de listras escuras, muitas vezes acastanhadas. Os olhos são pretos e as solas dos pés são avermelhadas. As patas traseiras são bem adaptadas para escalar as árvores e eles têm caudas parcialmente preênsil que também auxilia no deslocamento.
A dieta consiste principalmente de formigas, ingerindo entre 700 e 5.000 indivíduos por dia, se alimentam também de outros insetos, como cupins e besouros, além de vespas, as quais preferem atacar o vespeiro à noite, quando estas estão mais vulneráveis.
A espécie pode dar à luz a um único filhote, até duas vezes por ano. O filhote já nasce peludo e demanda intensos cuidados, sendo normalmente colocado dentro de um ninho de folhas mortas construído em cavidades de árvores. A prole inicialmente alimenta-se de insetos regurgitados pelos pais.