No ar em 'Mulheres Apaixonadas', atriz Paula Picarelli fala sobre participação em seita religiosa

Experiência da intérprete de Rafaela é contada no livro “Seita - O dia em que entrei para um culto religioso”

Escrito por Redação ,
Paula Picarelli
Legenda: Paula Picarelli fala sobre participação em seita religiosa
Foto: Reprodução Instagram

No ar na reprise de “Mulheres apaixonadas”, a atriz Paula Picarelli, 45, contou, em conversa com a coluna Play, do jornal O Globo, que na época da exibição original da novela participava de uma seita religiosa, a qual fez parte durante oito anos.

A experiência foi contada no livro “Seita - O dia em que entrei para um culto religioso” (Editora Reformatório), que está ganhando uma segunda edição. Na publicação, por meio de uma ficção, a atriz conta experiências reais. 

"Achei que esse processo de revisão fosse ser simples, porque eu também escrevo para teatro e estou acostumada a reler os meus próprios textos. Imaginei que essa história nem era mais sobre mim, mas sobre um tema importante a ser discutido. Mas, assim que eu abri o livro para fazer a revisão, toda a sensação voltou. Por um lado, é muito difícil entrar em contato com esse caso, mas por outro é muito divertido também, porque foi tanta maluquice. É um misto de emoções", disse. 

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Paula não revelou o nome do grupo, que deixou há cerca de 15 anos, e comenta se sentir feliz por usar sua experiência para evitar que outras pessoas passem pela mesma situação. 

"Já teve gente que me escreveu dizendo que, por conta do livro, conseguiu reconhecer as armadilhas antes de entrar numa seita. Isso me alegra, porque eu fui longe demais. Eu sempre tive o perfil CDF e, quando acreditei que aquilo era verdade, fui muito fundo na experiência. Foram oito anos. Posso dizer que tenho mestrado e doutorado no assunto", diz ela.

Seita liderada por duas mulheres

A atriz também disse acreditar que não houve o registro de abusos sexuais, como em outros grupos do tipo, pelo fato de a seita ser liderada por duas mulheres. "Creio que também por isso essa história nunca veio a público. Eu mesma não tenho coragem de dar nome aos bois. Eu criei uma ficção para contar essa história. Era uma seita com todos os requisitos, incluindo abusos psicológicos e morais e ameaças de morte", contou. 

Apesar de não revelar nomes no livro, Paula disse que a publicação causou impacto entre antigos membros. 

"Teve quem se identificou com algum personagem e não gostou e quem não se identificou com nenhum e se sentiu excluído. Alguns acharam que eu peguei muito leve e outros, que peguei muito pesado. E vários pararam de falar comigo. O que me surpreendeu é que eu achei que todos iriam tirar a mesma conclusão e que iríamos rir juntos disso. Não aconteceu. Acho que algumas pessoas não fizeram essa revisão e a reflexão sobre o ocorrido". 

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