O primeiro episódio de "Xuxa, o Documentário", lançado nesta quinta-feira (13), apresenta a ascensão de Maria da Graça Xuxa Meneghel na televisão. Intitulado de "Supernova", o episódio de cerca de uma hora mostra a estreia da apresentadora na TV Manchete, a ida para a Globo, o reencontro com Boninho e o assédio dos fãs.
No doc, Xuxa relembrou, com Boninho, ex-vice-presidente de operações da Rede Globo, os caminhos dentro da emissora carioca.
O documentário apresenta ainda a escolha das paquitas, o sucesso no mercado fonográfico e o início da carreira internacional de Xuxa
"Acompanho Ibope o dia inteiro e, naquela época, vi o Ibope da Manchete crescendo. E fui ver o que estava acontecendo lá. Liguei e, no primeiro instante que vi, me deparei com a Xuxa e falei: ‘Tenho que trazer essa mulher pra cá’. Era linda e tinha mais: não era ela que imitava as crianças, as crianças que a imitavam”, contou Boninho, citando o início da carreira de Xuxa como apresentadora infantil na extinta emissora.
Xuxa contou como foi saída da TV Manchete
Na conversa com Boninho, Xuxa relembrou que o diretor Mário Lúcio Vaz (1933-2019) a levou para conversar com Daniel Filho, então diretor da Central Globo de Produção. Na época, ele dividia com Boni as decisões sobre as produções artísticas da emissora.
“Quando chegamos lá, o Daniel veio com a proposta dizendo que não queria mexer no Balão Mágico (atração infantil da emissora à época). Ele dizia: ‘Xuxa não é ninguém. Você tem que esquecer essa sua passagem pela Manchete. Essa coisa de infantil. Quero você aqui como atriz, a Maria da Graça. Você não vai mais ser chamada de Xuxa’”, contou ela.
Em seguida, a apresentadora lembrou que chorou: “Levantei com os olhos cheios de lágrimas".
Xuxa decidiu seguir na Manchete, mas foi incentivada a mudar de emissora pelo próprio Adolpho Bloch, fundador do canal.
Xuxa quebrou regra da TV Globo
Em uma nova rodada de negociação, Mário Lúcio Vaz chamou Xuxa para uma nova conversa com a Globo, desta vez com Boni. No encontro, o executivo perguntou o que Xuxa queria na nova emissora. “Disse que queria o meu nome”, relembrou ela.
Boninho respondeu: “Aí eu disse para ela que não podia porque eu mesmo tinha criado uma regra desde que o Silvio Santos e o Chacrinha tinham saído: na Globo, ninguém mais poderia ter um programa com seu nome. É uma regra. Não posso, junto aos meus pares, derrubar uma regra que eu mesmo fiz. Depois fiquei pensando e liguei para ela: ‘Você tem o título do seu programa: Xou da Xuxa’”.
Assédio dos fãs e público de 100 mil pessoas no Castelão
Em uma parte do documentário, o segurança pessoal de Xuxa no auge do “Xou da Xuxa”, Magno Chaves, contou que a apresentadora ficava presa em quartos de hotéis — a pedido da empresária Marlene Mattos — durante turnês dos shows musicais que fazia pelo Brasil.
“Antigamente, as chaves dos quartos não eram digitalizadas. Eram chaves normais. Quando não conseguia isolar o andar inteiro do hotel, tinha segurança 24 horas no andar. E o que a Marlene fazia? Às vezes ela saía, trancava a porta do quarto e levava [a chave] junto com ela. E ia para a montagem do show com a chave no bolso”, explicou ele no documentário.
Segundo Magno, antes de Xuxa se acomodar nos quartos dos hotéis, ele e a equipe faziam varreduras por segurança e já chegaram a flagrar fãs escondidos.
O segurança lembrou grandes públicos dos shows da apresentadora. Em Fortaleza, ela reuniu 100 mil pessoas na Arena Castelão. Do Nordeste, ele também lembrou de um evento na Arena Fonte Nova, em Salvador. Xuxa reuniu 120 mil fãs.