Michael Oher, atleta aposentado da NFL que teve a história de sua suposta adoção contada no filme "The Blind Side" (Um Sonho Possível), de 2009, apresentou uma petição, nesta segunda-feira (14), a um tribunal de Tennessee, nos Estados Unidos, alegando que a família o enganou sobre uma tutela para enriquecer às suas custas. As informações são do portal da ESPN.
De acordo com a petição, os supostos pais de Oher, Sean e Leigh Anne Tuohy, o levaram para casa quando ele ainda era um estudante, mas nunca o adotaram. Em vez disso, menos de três meses depois de Oher completar 18 anos em 2004, diz a petição, o casal o enganou para que assinasse um documento tornando-os seus tutores, o que lhes dava autoridade legal para fazer negócios em seu nome.
A polêmica, que vem repercutindo na mídia internacional, se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais nesta segunda.
Ex-atleta não teria recebido por filme indicado ao Oscar
Na petição, Oher alega ainda que os Tuohys usaram de sua popularidade para fechar um acordo que pagou a eles e a seus dois filhos biológicos "milhões de dólares em royalties de um filme indicado ao Oscar que rendeu mais de US$ 300 milhões", enquanto Oher não recebeu nada por uma história que "não teria existido sem ele".
A atriz Sandra Bullock venceu o prêmio de melhor atriz do Oscar de 2010 pela atuação em "The Blind Side".
Ainda segundo informações da ESPN, o documento pede ao tribunal que encerre a tutela dos Tuohy e emita uma liminar impedindo-os de usar o nome e a imagem do ex-atleta. Ele também busca um acerto de contas integral do dinheiro que os Tuohys ganharam usando o nome de Oher e que o casal pague a ele sua parte justa nos lucros, bem como indenizações compensatórias e punitivas não especificadas.
"Desde pelo menos agosto de 2004, a família permitiu que Michael, especificamente, e o público em geral, acreditassem que eles adotaram Michael e usaram essa mentira para obter vantagens financeiras para si próprios e para as fundações que possuem ou que exercem controle", diz a petição. "Todo o dinheiro feito dessa maneira deve, com toda a consciência e equidade, ser devolvido e pago a Michael Oher", informa trecho do documento
À época, os Tuohys afirmaram que não colheram lucros com o filme, alegando que ganharam apenas uma taxa fixa pela história, o que era compartilhado com Oher.
Já Michael argumenta que nunca recebeu dinheiro pelo longa, embora por muito tempo suspeitasse que outros estavam lucrando, de acordo com seu advogado, J. Gerard Stranch IV.
Ainda nesse contexto, Michael diz que o sucesso do filme coincidiu com o auge de sua lucrativa carreira na NFL em 2009, e que não teve tempo de investigar completamente o acordo até se aposentar em 2016. Quando finalmente contratou um advogado, descobriu os detalhes sobre o acordo do filme e seu parentesco legal com as pessoas que ele acreditava serem seus pais adotivos.
A defesa do ex-atleta descobriu o documento de tutela em fevereiro, o que levou Oher chegar à conclusão de que os Tuohys não o haviam adotado.