Nos novos episódios de “Pacto Brutal”, disponível desde quinta-feira (28), no HBO Max, Glória Perez revela que fez sua própria investigação do assassinato da filha, Daniella Perez, morta em dezembro de 1992 por Guilherme de Pádua e Paula Thomaz.
Na noite do enterro da atriz, a autora de novelas recebeu uma ligação anônima dizendo que ela deveria ir até o posto Alvorada, que ficava ao lado da Tycoon, estúdio onde Daniella gravava a novela “De Corpo e Alma”, para saber mais detalhes da morte da filha.
Glória pediu ajuda a um amigo, Paulo Fernando, que foi até o local na mesma hora. “Ele foi ao posto, e quando voltou, disse: ‘Aconteceu alguma coisa mesmo, porque ninguém quer falar nada. Todo mundo foge para todo lado’”, diz ela no documentário.
Em janeiro, a autora da Globo foi procurada por um cozinheiro que ficava nos arredores do posto. “Esse cozinheiro me contou que a Dani tinha sido agredida e desmaiada no posto, e posta dentro do carro. Esse homem se chamava Eliseu”.
Foi aí que Glória iniciou a própria investigação, em busca dos frentistas que trabalhavam no posto para confirmar a versão de Eliseu.
Idas diárias ao posto
“Quando chegava no posto, todos corriam, cada um para um lado. Mas eu ia todo dia. Eles fugiam, mas eu ia.Teve um que até me ameaçou”.
Nilson Raman, amigo de Glória Perez, confirma no documentário que foi muitas vezes ao posto com Glória Perez. Ele relata, inclusive, que o gerente do local dispensou os frentistas que tinham visto o caso.
Glória relembra que foi até o posto em um domingo a noite, e foi quando um vigia idoso deu as primeiras pistas a ela: “ele falou pra mim: ‘eu não sei o nome deles, mas eles moram aqui nessas comunidades da Barra. Um deles é gago. E o outro, se chama Daniel, Danielton, uma coisa assim’”.
Com o apoio de amigos, como o próprio Nilson, ela decidiu procurar pelos frentistas nas comunidades. Glória achou o primeiro, Flávio Bastos, mas teve dificuldade em fazer com que ele relatasse o que tinha visto à polícia. A autora precisou convencer a mãe dele, Dona Dagmar, mostrando as fotos de Daniella morta, para que o homem desse o depoimento.
“Um dia, eu vi que ela tinha uma filha, e levei as fotos da perícia. Ela bateu a porta na minha cara de novo. Eu botei as fotos por baixo da porta. Implorei pra dona Dagmar, implorei”.
Glória também conseguiu que um segundo frentista, Danielson, e um homem, Antônio Clarete, que lavou o carro de Guilherme, logo após o assassinato, falassem com a polícia.
Depoimento
O documentário ainda traz o depoimento de uma fã de Daniella, Marcela Nunes, que na época tinha 12 anos e bateu uma foto com a atriz e Guilherme de Pádua logo que os dois saíram da Tycoon, e minutos antes do assassinato.
Ela conta que nenhuma dos atores foi legal com os fãs que os esperavam no estacionamento do estúdio. “Vieram os dois andando, conversando. E ele em volta olhando. Nenhum dos dois foi simpático. Ela tava meio pálida, nervosa. Deu um risinho meio preocupada, e ele em volta”.
Nos primeiros episódios de “Pacto Brutal”, o ator Raul Gazolla, que na época era casado com Daniella, contou que soube logo após o enterro da atriz que Guilherme de Pádua tinha assassinado a esposa. E chegou a ter um ataque de fúria no local.
O assassino chegou a escrever um livro, que foi banido pela justiça, que Paula Thomaz, com quem era casado na época do crime, teria assassinado Daniella. Ele descreveu a ex-esposa como uma pessoa ciumenta e violenta.
Glória Perez também chegou a achar que a filha tivesse sido vítima de um ritual satânico. Um indício definidor dessa teoria é que o corpo da atriz foi encontrado dentro de um círculo queimado, ao pé de uma árvore.