Elenco de 'Renascer' comenta mudanças da trama original para o remake: 'representatividade'

Remake da novela traz novos personagens e debate temas atuais

Há 30 anos, "Renascer" estreava na TV Globo, narrando a história da rejeição de um filho pelo pai, após a morte da mãe no parto. Na próxima segunda-feira (22), a novela ganha uma nova versão, adaptada por Bruno Luperi, também responsável pelo remake de "Pantanal". Em entrevista ao Diário do Nordeste, integrantes do elenco falam sobre as expectativas para o lançamento, alterações no enredo e necessidade de trazer debates atuais para a trama.

Buba, por exemplo, é uma das personagens que passou por mudanças. Na trama de 1993, a personagem, interpretada por Maria Luísa Mendonça, era intersexual. Na nova versão, ela é uma mulher trans, interpretada por Gabriela Medeiros, que é transsexual.

"É intenso estar vivendo a Buba porque ela respinga nas minhas experiências pessoais. E representar essa personagem pra mim é um ato simbólico, pois muitas meninas vão se olhar e se ver nesse lugar também, mulheres como eu, e vão se sentir representadas. Então, pra mim, a questão primordial é a representatividade", declara Gabriela.

Sophie Charlotte, que viverá Eliana, personagem interpretada por Patricia Pillar na versão original, reconhece a pressão de estar em uma novela já amada pelo público e também encara o desafio de atrair novos telespectadores que não assistiram à produção em 1993.

"É uma novela que, ao mesmo tempo, é um marco da teledramaturgia, tá no imaginário de muitas pessoas, e tem uma expectativa por todos que já amaram a primeira, de 93. Então, tem essa responsabilidade com o público, e também tem todo o público novo que não assistiu à novela, e que a gente precisa, de uma forma, conquistar, explicar a história, e também atualizar", pontua. "A segunda fase, no caso, se passa em 2024, a gente precisa trazer essas histórias, esses questionamentos, que todos continuam, mas com uma outra perspectiva", destaca.

Após uma pausa de 11 anos das novelas, o ator Pedro Neschling retorna para as telinhas no remake, interpretando Eriberto, papel que não existia na versão original. Ele elogia o desempenho do roteirista em adaptar a produção para a atualidade, além de afirmar que é um privilégio estar na novela.

"É uma responsabilidade feliz. É você pegar uma história que as pessoas gostam e você poder contar de novo. Você tirar isso da década de 1990 e trazer para os dias atuais. O Bruno, o autor, tá fazendo isso com uma maestria imensa", declara.

Retorno do elenco original

Marcos Palmeira, que interpretou João Pedro Inocêncio em 1993, dá vida a José Inocêncio no remake. Ele repete o feito de "Pantanal", produção em que também atuou na versão original e no remake. Para ele, Zé Leôncio, de "Pantanal", e Zé Inocêncio são personagens com características semelhantes.

"Para mim, são dois personagens que andam muito próximos, o Zé Leôncio e o Zé Inocêncio. São pais de filhos que eles rejeitam, com amores não correspondidos. Então é um exercício também para mim como ator, de poder estar tocando em outros lugares, me revisitando de outra forma", afirma.

Jackson Antunes também retorna na novela. Em 1993, ele interpretou Damião Cunha e agora viverá Deocleciano Barbosa.