A Polícia Civil de São Paulo indiciou Raquel Pacheco, mais conhecida como Bruna Surfistinha, por maus-tratos a animais. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o inquérito policial foi concluído e enviado nesta terça-feira (25) à Justiça, que irá decidir se ela responderá ou não pelo crime. As informações são do portal g1.
Em dezembro do ano passado, Bruna Surfistinha foi acusada de maus-tratos por abandonar uma cachorra e três gatas dentro de um apartamento. O Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) estava à frente das investigações. À época, o caso foi denunciado pela síndica do prédio, e ONGs da causa animal atuaram para o resgate dos pets.
Caso condenada, Raquel Pacheco pode responder a uma pena de detenção de três meses a um ano, além de multa, conforme a legislação brasileira de crimes ambientais.
ENTENDA O CASO
As denúncias ao Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) foram efetuadas após diversos vizinhos reclamarem do cheiro forte de fezes e urina. A síndica, que não quis ser identificada, detalhou que Bruna alugou o apartamento, mas acabou se mudando do local.
Durante a mudança, as gatas e a cachorra foram deixadas no apartamento, em "total estado de abandono". Segundo ela, Bruna só aparecia de modo esporádico para limpar o ambiente e deixar comida.
Os agentes da 2ª Delegacia da Divisão de Investigações de Infrações contra o Meio Ambiente (DIICMA) fizeram o resgate dos animais. A Polícia contou com o apoio das ONGs Lar Promessa Fiel e Perfeitos e Especiais.
RESGATE DOS ANIMAIS
A ativista Luisa Mell publicou um vídeo através dos stories do Instagram que teria sido gravado dentro do apartamento de Raquel. Na filmagem, é possível ver urina e fezes dos animais espalhadas pelo chão da residência. Os potes de ração e de água aparecem vazios.
"Eu falei com ela [Bruna] e com a polícia. A polícia entrou no apartamento, retirou os animais e eles foram encaminhados para ONGs. A Bruna diz que a denúncia não é verdadeira, que ela tem ido sim lá. Mas o pessoal do prédio diz que é mentira, que os animais estavam em situação de abandono, conforme mostra o vídeo, que fazia um tempo que ela não aparecia e que ela não está morando mais lá. Vou aguardar o posicionamento dela para postar tudo de uma vez", disse Luisa Mell, em vídeo.
DEFESA DE BRUNA SURFISTINHA
Por meio de vídeo nas redes sociais, Bruna Surfistinha se pronunciou sobre as acusações de maus-tratos aos animais. Ela alegou que havia sido proibida de entrar no imóvel onde os pets estavam. Segundo a defesa da acusada, ela está devendo o aluguel do apartamento e, por isso, estava sendo pressionada a sair.
"Usaram essa história do abandono para forçar ela a sair. Ela nem teve mais acesso para entrar no apartamento, que tem coisas dela. No mundo civilizado, você ingressa com ação, não chama polícia", disse o advogado Luiz Carlos Pileggi Costa.
Durante o vídeo, Bruna afirma que a cachorra de raça labrador foi levada para a ONG Promessa Fiel. "Fiz questão de vir para saber onde ela está e saio daqui aliviada", relatou.
Segundo o advogado de Bruna Surfistinha, a acusada não cometeu o crime de abandono de animais, pois ela visitava frequentemente os pets. Ela teria saído do local por falta de energia elétrica.
"A história foi manipulada e distorcida. É bem diferente do vídeo. Os animais não foram abandonados, estão saudáveis. O que acontece é que Bruna está num momento conturbado na vida financeira. Ela ficou sem energia elétrica e não estava dormindo no apartamento. Aí ela ficou na casa de terceiros e não pôde levá-los. Mas ela ia lá com frequência para cuidar dos bichinhos", disse Luiz Carlos Pileggi Costa.
"Eles foram criados com muito amor e uma das gatas tem 10 anos. Mesmo que queira não tem como abandonar. Ia lá quase todos os dias. Teve um dia que teve lapso maior. Quando tem gato e cachorro grande, em apartamento pequeno, faz barulho, sujeira. Aquela quantidade de sujeira é compatível ao período. Não é ideal, mas é comum fazer isso na vida, quem tem que trabalhar, compromisso", finalizou.