Conheça a Fazenda Talismã, propriedade de luxo de Leonardo que está na lista do trabalho escravo

Imóvel é avaliado em R$ 60 milhões e possui como principal atividade a pecuária bovina

O cantor Leonardo, dono da Fazenda Talismã, entrou para a "lista suja" do trabalho escravo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), nesta segunda-feira (7). O imóvel é avaliado em R$ 60 milhões e possui como principal atividade a pecuária bovina. Levando o nome de um dos maiores hits da dupla Leandro e Leonardo, a mansão possui 1 mil hectares.

No local, há 5 mil cabeças de gados, mansão, cavalos, lago e igreja. A fazenda está localizada em Jussara, no noroeste de Goiás. 

Virgina Fonseca, influenciadora e nora do artista, publicou no YouTube uma tour da mansão. "Se a gente for de uma ponta a outra, é uma caminhada", disse.

A influenciadora em vídeo ainda mostra locais para atividades de lazer. "Pessoal aqui joga futevôlei aqui. Tem muitos quartos e aqui é muito confortável e aconchegante. Aqui é muito grande", frisou. 

Conforme o MTE, a inclusão de Emival Eterno da Costa (nome verdadeiro do artista) ocorre após seis trabalhadores em situação análoga a escravidão serem resgatados na propriedade

O que diz a defesa de Leonardo

Ao g1, Pedro Vaz, advogado do cantor, revelou que o local onde os trabalhadores foram encontrados está arrendado para o cultivo de soja, desde agosto de 2022. Ainda conforme a defesa, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) já havia sido firmado e "todos os problemas foram resolvidos". 

Vaz afirmou ainda que todas tomadas as medidas necessárias para remover o nome de Leonardo da lista mencionada".

"Como a matrícula estava em nome do Leonardo, o Ministério Público do Trabalho propôs a ação. Na audiência, a gente apresentou o contrato de arrendamento e aí tudo foi esclarecido, mas pra que evitasse qualquer tipo de problema, nós pagamos todas as verbas indenizatórias naquele momento mesmo e tudo ficou sanado", disse. 

Nas redes sociais, Leonardo disse que ficou "surpreso" e "muito triste" com a notícia da inclusão de seu nome na "lista suja" do Ministério do Trabalho. Ele disse desconhecer as circunstâncias a que os trabalhadores da propriedade estavam sendo submetidos. 

"Não conheço quem estava lá naquelas casinhas, quem os colocou [os funcionários] naquelas casinhas. [...] Já plantei tomate, sei como é. [...] Há um equívoco muito grande sobre a minha pessoa. [...] Eu não me misturo nessa lista que fizeram de trabalho escravo. Sou totalmente contra esse tipo de coisa, totalmente contra, vou ser sempre", disse.

Entenda

Os nomes que compõem a "lista suja" do trabalho escravo são catalogados semanalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que torna públicos os dados de empregadores que submetem funcionários a condições de trabalho análogas à escravidão.

Conforme o relatório, Leonardo entrou para a lista após uma inspeção feita pelo MTE em novembro do ano passado, na Fazenda Talismã, no Interior de Goiás.

Nesta edição da "lista suja", foram incluídos 176 empregadores — 20 deles por práticas de trabalho análogo à escravidão no âmbito doméstico. Já entre as atividades econômicas com maior número de inclusões no cadastro estão a produção de carvão vegetal, a criação de bovinos, a extração de minerais e o cultivo de café e a construção civil.

Os fiscais descobriram que, na propriedade do artista, avaliada em R$ 60 milhões, seis trabalhadores, incluindo um adolescente de 17 anos, atuavam em "condições degradantes".