Projeto de grupo espírita arrecada R$ 282 mil e distribui doações para 60 instituições do Ceará
Iniciativa que começou com objetivo de ajudar apenas centros espíritas se expandiu para além da religião
Distribuir alimentos nas periferias de Fortaleza já era premissa do Projeto Semeadores desde que ele foi criado, em 2011. Durante a pandemia do coronavírus, o Grupo Espírita Paz e Bem, idealizador da iniciativa, percebeu que a situação da fome nas comunidades se agravava rapidamente e sentiu necessidade de ampliar a rede de apoio. Desde março já foram R$ 282 mil arrecadados para 60 instituições espalhadas pelo Ceará. O dinheiro já foi convertido em 65 toneladas de alimentos.
De acordo com Joseane Oliveira, diretora de Relações Públicas do grupo, antes da pandemia o projeto focava em ajudar outros centros espíritas que já faziam trabalhos sociais próximos aos locais de oração. No entanto, a situação de pobreza e fome registrada pelas instituições ajudadas foi um alerta. “A gente pensou que se as nossas instituições estão assim, imagine as outras. A gente derrubou as fronteiras da religião. Antes nosso foco eram casas espíritas, mas hoje o projeto apoia qualquer instituição, independente de religião, que esteja trabalhando principalmente com o intuito de saciar a fome”, explica.
Com o objetivo de ajudar primeiramente a população mais vulnerável, como pessoas em situação de rua, os esforços foram voltados para comprar alimentos. Entretanto, em alguns casos, o dinheiro foi utilizado para comprar vales em um mercado local, permitindo que famílias adquirissem comidas ou produtos de limpeza.
Os recursos são repassados para as contas bancárias de outras instituições e elas fazem a compra dos alimentos, sempre prestando conta com o projeto. Joseane acredita que, desta forma, o Semeadores ajuda mais pessoas e diminui o deslocamento. Essa dinâmica permitiu que o dinheiro fosse distribuído também para instituições do interior, como das cidades de Quixadá, Massapê e Uruoca.
Mesmo após a pandemia acabar, Joseane afirma que a meta do projeto é continuar distribuindo doações para instituições fora da religião espírita. “A gente acredita que é nossa missão. Vai depender muito do que a gente conseguir. Também esperamos que as próprias condições de vida das pessoas melhorem. Mas sempre que houver fome e necessidade a gente vai tentar ajudar”, almeja.
Em junho, mesmo com a permissão para voltar às atividades presenciais do centro, Joseane explica que os esforços do grupo vão continuar sendo online. “Hoje em dia a internet se mostrou uma boa maneira para chegar nos lares das pessoas”, diz. Ela afirma que o grupo sempre busca novas maneiras para conseguir doações, como um programa de lives que deve ser iniciado nas redes sociais. A ideia é trazer pessoas de diferentes religiões e também cientistas para comentar as mudanças na sociedade causadas pela pandemia.
Como ajudar
Para mais informações sobre como doar, visite o perfil do Instagram do Grupo Espírita Paz e Bem.