Ceará supera volume de chuva esperado para todo o ano; cenário só aconteceu 3 vezes em 12 anos

Precipitações registradas no meses iniciais de 2022 já são maiores que volume observado também em 2021

Escrito por André Costa , andre.costa@svm.com.br
Legenda: Fortaleza foi a cidade, dentre todas as 184 do Estado, que acumula o maior volume de chuvas até então, com mais de 1.950 mm
Foto: Kid Jr.

Foram precisos apenas 153 dias para que as chuvas no Ceará ultrapassassem a média histórica anual. Conforme levantamento realizado pelo Diário do Nordeste, entre 1º de janeiro a 3 de junho, o Estado já acumulou 808,7 milímetros, índice superior ao que é esperado para todo o ano (800,6 mm).

Nos últimos 12 anos, apenas em três oportunidades as chuvas ficaram acima da média. Em 2020, o ano fechou com 958,6 milímetros (+19,7%) e, em 2019, acumulado de 841,2 mm, o que representa 5,1% acima da média. 

  • 2022: 808,7 mm  
  • 2021: 690,3 mm
  • 2020: 958,6 mm
  • 2019: 841,2 mm
  • 2018: 798 mm
  • 2017: 667,8 mm
  • 2016: 550 mm
  • 2015: 523,4 mm
  • 2014: 546,1 mm
  • 2013: 548,7 mm
  • 2012: 363,8 mm
  • 2011: não consta informações no site da Funceme
  • 2010: 537,6 mm

Esses bons índices devem-se à regularidade das chuvas ao longo dos meses. Entre janeiro e maio, apenas fevereiro fechou com pluviometria bem abaixo da média, com 64,5 milímetros registrados, quase 50% inferior à normal climatológica (118,6 mm).

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Janeiro teve a maior variação percentual dentre os meses iniciais. Choveu 163,7 mm, ou seja, quase 66% acima da normal climatológica (98,7 mm). Já março obteve o maior índice: foram 265,8 milímetros acumulados ao longo do mês, um desvio positivo de 30,7%.  

O mês de abril fechou bem próximo da média, com 182,6 mm registrados ante 188 milímetros da média histórica, diferença de apenas 3%. Maio, último mês da quadra chuvosa, chegou ao fim com 110,4 milímetros acumulados, o que representa quase 22% acima da normal climatológica.  

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Açudes alcançam recorde 

O intenso volume de chuva impactou diretamente a recarga dos reservatórios cearenses. Conforme dados da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), atualmente são 41 açudes sangrando. Maior número, para o período, dos últimos 10 anos

Além destes, outros 14 reservatórios estão com volume acima dos 90% e também estão próximos de sangrar. Já o volume médio dos 156 açudes cearenses monitorados pela Cogerh é de 38,4%. Este percentual é o segundo melhor dos últimos dez anos, atrás apenas de 2013, com 39,26%. 

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