O volume de chuva acumulado em 2022, no Ceará, foi o melhor dos últimos 13 anos. Ao final dos 12 meses, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) contabilizou 1.014,7 milímetros no Estado, volume quase 27% superior à média histórica anual, que é de 800,6 mm.
Os bons resultados devem-se, sobretudo, a boa regularidade pluviométrica ao longo do ano. Nos 12 meses de 2022, apenas dois fecharam com índice abaixo da média (fevereiro e setembro) e somente um (abril) chegou ao fim com precipitações em torno da normal climatológica. Em todos outros meses do ano, as médias históricas foram superadas.
O mês com maior volume acumulado foi março, cujo índice somou 264,6 milímetros. Já o mês com a maior variação foi novembro. A média histórica para o período é de apenas 5,8 mm, mas, em novembro deste ano, a Funceme registrou 69,1 mm, o que representa mais de 11 vezes acima da média.
- Janeiro: choveu 163,7 mm (65,9% acima da média)
- Fevereiro: choveu 64,5 mm (45,6% abaixo da média)
- Março: choveu 264,6 mm (30,1% acima da média)
- Abril: choveu 181,6 mm (dentro da média)
- Maio: choveu 108,2 mm (20,1% acima da média)
- Junho: choveu 76,1 mm (102,9% acima da média)
- Julho: choveu 26,8 mm (74,1% acima da média)
- Agosto: choveu 16,7 mm (242,2% acima da média)
- Setembro: choveu 0,9 mm (58,1% abaixo da média)
- Outubro: choveu 7,3 mm (84,4% acima da média)
- Novembro: choveu 69,1 mm (1.009,2% acima da média)
- Dezembro: choveu 34,6 mm (9,5% acima da média)
Maiores índices
Durante quase todo o ano a cidade de Fortaleza liderou o ranking de maior volume de chuva acumulado em 2022. Na reta, final, no entanto, o município de Palmácia ultrapassou a Capital cearense e fechou o ano com o posto de cidade com maior volume de chuva acumulada.
- Palmácia: 2.186,6 mm, 76% acima da média histórica (1.242,2 mm)
- Fortaleza: 2.178 mm, 50% acima da média histórica (1.444,6 mm)
Já a região que acumulou o maior índice foi o Litoral de Fortaleza, seguido pelo Maciço de Baturité. Neste ano, todas as 8 macrorregiões cearenses encerraram o ano com chuvas acima da normal climatológica. Até o Sertão Central e Inhamuns, região na qual tradicionalmente os índices ficam abaixo da média, fechou com 26% acima da normal climatológica, com 838 milímetros.
- Litoral de Fortaleza: 1.608,2 mm, 48,4% acima da média histórica (1.083,8 mm)
- Maciço de Baturité: 1.420,3 mm, 49,5% acima da média histórica (950,1 mm)
Chuva de 200 milímetros
Em 5 ocasiões as chuvas ultrapassaram a impressionante marca dos 150 milímetros, tendo uma delas atingido o topo de 200 mm em um intervalo de apenas 24 horas. O feito foi registrado na cidade de Várzea Alegre, no Sul do Estado, no dia 17 de abril. Sete dias antes, São Gonçalo do Amarante registrou o segundo maior volume pluviométrico do Ceará, neste ano de 2022.
Dez maiores volumes de chuva do ano, no intervalo de 24h:
- Várzea Alegre - 200 mm
- São Gonçalo do Amarante - 179 mm
- Caririaçu - 171 mm
- Jaguaruana - 170 mm
- Granja - 161 mm
- Missão Velha - 148 mm
- Morada Nova - 147,4 mm
- Campos Sales - 146 mm
- Abaiara - 145 mm
- Altaneira - 143 mm
Açudes beneficiados
Os bons volumes pluviométricos registrados em 2022 beneficiaram diretamente o aporte hídrico dos açudes cearenses. Neste ano, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) registrou recarga de 5,14 bilhões de m³. O índice acumulado foi o segundo melhor desta última década, atrás apenas do ano de 2020, cujo aporte foi de 5,99 bilhões m³.
O açude que registrou o maior aporte foi o Castanhão. Sozinho, o reservatório acumulou 1,2 bilhão de m³. Em seguida, aparecem Orós (600 milhões de metros³) e o açude Araras (350 milhões de m³). Atualmente, a recarga acumulada dos 157 reservatórios monitorados pela Cogehr é de 31,51%. O volume é o maior, para o fim de dezembro, dos últimos 7 anos.