Existem quatro sorotipos de dengue circulando no Ceará, sendo o tipo 2 considerado por especialistas um dos mais virulentos e agressivos. Capaz de causar inclusive a dengue hemorrágica, esse sorotipo já foi confirmado laboratorialmente em 35 cidades, em 2022, de acordo com boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
Segundo o levantamento, destacam-se os municípios de Fortaleza, Mulungu, Chaval, Pacatuba e Maracanaú com circulação simultânea dos sorotipos DENV1 e DENV2, além de chikungunya. Há 13 cidades confirmadas com o sorotipo 1. Veja no mapa:
O número segue tendência de maior circulação do sorotipo 2 desde 2019, onze anos após a última grande epidemia causada por ele, em 2008. Essa forma do vírus foi introduzida no Estado em 1994, quando causou mais de 47 mil infecções.
Em 2019, de acordo com os boletins da Sesa, 10 cidades confirmaram o sorotipo 2. Em 2020, os registros caíram para sete. Contudo, em 2021, ele voltou a crescer para 35, sendo o único sorotipo em 31 municípios.
O monitoramento epidemiológico mais recente da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS) confirma 2019 como o ano de reintrodução do DENV2 na cidade, sendo isolado em 11 bairros. O número subiu para 21, em 2020, e para 51, no ano seguinte. Em 2022, até o momento, o sorotipo já foi localizado em 50 bairros.
Segundo a Sesa, o sorotipo 2 oferece maior risco de casos graves e óbitos, principalmente em crianças, e que existe uma grande parcela da população suscetível a ele pelo período em que ficou fora de ação.
De janeiro a setembro deste ano, foram confirmados 230 casos de Dengue com Sinais de Alarme e 22 casos de Dengue Grave, dos quais 15 (68%) evoluíram para óbito.
Imunidade contra a doença
Quem já entrou em contato com o sorotipo 2 possui imunidade caso seja infectado mais uma vez (embora permaneça suscetível aos outros três sorotipos, 1, 3 e 4).
Por outro lado, conforme o Ministério da Saúde, a segunda infecção por qualquer sorotipo de dengue é mais grave do que a primeira, independentemente dos sorotipos e da sequência de infecções, por isso a importância da prevenção.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lembra que não existe tratamento específico para a dengue. Pacientes com suspeita devem procurar um profissional de saúde para confirmar ou não o diagnóstico. A assistência em saúde é feita para aliviar os sintomas, incluindo medidas como repouso, hidratação e uso de medicamentos.
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